Panóptico

Panóptico (nota explicativa)

[1] O panóptico constitui uma arquitetura prisional do século XVIII, projetada por meio de uma torre central, em que, ao redor, as celas se dispunham em forma de anel, possibilitando controle total, por meio da vigilância, das autoridades aos presos e, por outro lado, a invisibilidade por parte dos presos àqueles. Essa arquitetura institucionalizada representou, na visão humanista, o local de transformação dos ditos indisciplinados para os civilizados. O termo foi proposto por Bentham (1791). Segundo Foucault (2004, p. 226 – 227), o efeito mais importante do panóptico constituiu: “induzir no detento um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automático do poder. Fazer com que a vigilância seja permanente em seus efeitos, mesmo se é descontínua em sua ação; que a perfeição do poder tenda a tornar inútil a atualidade de seu exercício; que esse aparelho arquitetural seja uma máquina de criar e sustentar uma relação de poder independente daquele que o exerce; enfim, que os detentos se encontrem presos numa situação de poder de que eles mesmos são os portadores. Para isso, é ao mesmo tempo excessivo e muito pouco que o prisioneiro seja observado sem cessar por um vigia: muito pouco, pois o essencial é que ele se saiba vigiado; excessivo, porque ele não tem necessidade de sê-lo efetivamente. Por isso Bentham colocou o princípio de que o poder devia ser visível e inverificável. Visível: sem cessar o detento terá diante dos olhos a alta silhueta da torre central de onde é espionado. Inverificável: o detento nunca deve saber se está sendo observado; mas deve ter certeza de que sempre pode sê-lo.”

Trecho de dissertação de mestrado de Anderson Hander.

Para citar: Xavier, Anderson Hander Brito. Viajar e punir: processos interacionais e discursivos para (des)construção de cidadania(s) na Companhia do Metropolitano do Distrito Federal. Dissertação. Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas. Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

Capítulo 1: Introdução

Link para download e consulta de referências: http://criteriorevisao.com.br/processos-interacionais-e-discursivos/

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