Revisão de Texto

Revisão de Texto consiste, grosso modo, no processo de conferência e ajuste de normas  de textos, mas não se limita, apenas, a esse processo. É comum que Revisores busquem, por exemplo, uniformizar a linguagem de textos de autores (+ ou – formal) levando em consideração o gênero textual, o público-alvo ao qual o texto se destina e contexto de circulação deste. O processo é variável, mas pode ocorrer em nível lexical, morfológico, sintático, pragmático e estilístico. Isso significa que o Revisor pode alterar uma palavra, uma sentença, uma oração, um parágrafo, uniformizar o estilo do texto do autor e até desconstruí-lo por meio de crítica.

São poucos os revisores que trabalham com essa concepção mais crítica. A grande maioria deles pensa, portanto, o ofício de revisão de maneira limitada, realizando, apenas, alterações gramaticais e ortográficas. Outros, inclusive, não fazem distinção, por exemplo, entre Revisão de Texto, formatação e diagramação. Há  outro grupo que se julga bom leitor e conhecedor de normas relativas à gramática normativa, e acredita ser competente para, sem formação, ou formação em qualquer área do conhecimento, revisar textos.

Até chegar a sua versão final, o texto deve ser submetido a diversas fases de revisão. Após a primeira revisão, que deveria ser realizada pelo autor, o Revisor revisa o trabalho para que os eventuais problemas e/ou inadequações sejam reduzidos. A “última fase” do processo de Revisão de Texto consiste na conferência por parte do autor das interferências do Revisor, para verificar se suas intenções e ideias foram corretamente interpretadas.

O processo de Revisão de Textos pode ser dividido nas seguintes etapas, aplicáveis segundo o tipo de texto em questão:

Revisão primária

A primeira revisão aponta incoerências, repetições, uso inadequado da língua e falta de normalização. Vale-se, normalmente, de mecanismos eletrônicos de verificação da ortografia e sintaxe. Nesse etapa, também, pode ocorrer o processo de Formatação e organização básica do texto, para que, futuramente, se for o caso, seja diagramado para publicação.

Revisão secundária

Verifica a uniformidade e constância temporal e pessoal das formas verbais, vícios de eufonia, linguagem oral ou desconhecimento etimológico, clareza, ordenação sintática e hierarquização das idéias. Verificação dos aspectos linguísticos, conferindo os diferentes aspectos:

– erros de digitação, ortografia, pontuação e concordância não detectáveis pelos revisores eletrônicos;

– uniformidade e constância temporal e pessoal;

– vícios decorrentes da linguagem oral ou desconhecimento etimológico;

– vícios de eufonia (cacófatos e outros);

– ordenação sintática e hierarquização das ideias;

– Revisão de provas gráficas;

– Revisão do texto já diagramado em formato de página, checando não só erros de português como inconsistências de tipologia, espaços a mais ou a menos, numerações e problemas de paginação.

Vale ressaltar que todos esses processos podem ser personalizados. O procedimento explicado neste post se refere, basicamente, ao processo que ocorre em editoras. Na verdade, o tipo de Revisão e a maneira que esta ocorrerá dependerá das estratégias de Revisão de Texto do Revisor, de sua oferta de serviço (eu, por exemplo, ofereço um serviço intitulado Revisão Crítica) e do próprio autor. Assim, 

Revisão acadêmica

Busca, grosso modo, uniformização de normas gramaticais de textos acadêmicos de maneira a trazer linguagem formal ( há certa oscilação de uma área para outra. No caso da área do Direito, os pesquisadores têm  linguagem mais específica, que, inclusive, é somente utilizada por (a) eles. Algumas áreas, especialmente áreas de humanas, aceitam uma linguagem menos “carregada” e eu diria “acessível”, em que é permitido, inclusive, o uso de primeira pessoa do singular (eu). Assim, 

Revisão técnica

Requer a interferência crítica de um especialista em relação ao conteúdo do texto, buscando desconstruí-lo e invalidá-lo, para que ele tenha (ou não) validade, representando um importante recurso para os autores.

Revisão final

Refere-se à última leitura do texto antes da entrega. Verifica erros e imprecisões remanescentes.

A fim de organizar a rotina de trabalho, favorecendo o treinamento dos profissionais em formação e garantindo a padronização em equipes de trabalho, sugere-se a utilização de uma lista de checagem. Nenhuma lista de checagem é completa ou perfeita, elas se sobrepõem e se complementam. Portanto,

Checagem objetiva

Primeira etapa: corrigir os erros de textos em versão eletrônica, eliminando as inadequações recorrentes deste tipo de redação e edição pelo autor.

Segunda etapa: objetiva sanar as inadequações mais comuns, que ocorrem em abundância em quase todos os textos, devem ser procurados de forma sistemática ao longo do trabalho. Como o abuso de pronomes e artigos indefinidos, uso inadequado de comparativos, entre outros.

Checagem subjetiva

Compreende aspectos que somente a leitura atenta do texto inteiro pode proporcionar.

Há vários outros tipos e técnicas de Revisão de Texto. Cada Revisor trabalho de uma maneira.

A seguir, algumas reflexões que podem ser utilizadas como guia de checagem.

– O texto é amigável, incluindo apenas o que o leitor precisa saber?

– O texto apresenta uma tese ou um propósito?

– Os parágrafos se relacionam com a tese ou propósito?

– Os detalhes de cada parágrafo se relacionam com a ideia central?

– Alguns detalhes devem ser movidos para outro parágrafo?

– Há uma frase de conclusão para o parágrafo?

– Há transição entre os parágrafos?

– O verbo concorda sempre com o sujeito?

– A escolha e posição dos pronomes está correta?

– As estruturas de coordenação e subordinação sintática estão corretas?

– Há orações muito longas que devem ser separadas?

– Há sequências de frases muito curtas?

– Há palavras faltando?

– Há palavras repetidas?

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