Proposta de redação diário

PROPOSTA DE REDAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA – GÊNERO DIÁRIO

 TEXTO II

Como nossos pais

 Belchior

(…)

Você me pergunta

Pela minha paixão

Digo que estou encantado

Com uma nova invenção

Eu vou ficar nesta cidade

Não vou voltar pro sertão

Pois vejo vir vindo no tempo

Cheiro da nova estação

Eu sei de tudo na ferida viva

Do meu coração…

(…)

Você pode até dizer

Que eu tô por fora

Ou então

Que eu tô inventando…

Mas é você

Que ama o passado

E que não vê

É você

Que ama o passado

E que não vê

Que o novo sempre vem

(…)

TEXTO II

dominó

TEXTO III

Resposta ao tempo

 Aldir Blanc e  Cristovão Bastos

Num dia azul de verão

Sinto o vento

Há folhas no meu coração

É o tempo

(…)

E gira em volta de mim

Sussurra que apaga os caminhos

(…)

Respondo que ele aprisiona

Eu liberto

Que ele adormece as paixões

Eu desperto

E o tempo se rói

Com inveja de mim

Me vigia querendo aprender

Como eu morro de amor

Pra tentar reviver

TEXTO IV

Tema adaptado ao primeiro vestibular de 2009 da UnB.

Tempo, esse devorador

Disponível em: http://download.uol.com.br/vestibular2/prova/unb_primavera_2009.pdf

Considerando que os textos acima têm caráter unicamente MOTIVADOR, redija um texto de diário, apresentando sentimento conforme à seguinte concepção de tempo expressa pelo poeta clássico Ovídio: o tempo, esse devorador de coisas.

Dialogue com o seu diário acerca desse sentimento contrário à noção de tempo como passageiro e destruidor, trazendo questões relativas a sua vida cotidiana. A máxima de Lavoisier pode ajudá-lo(a) a refletir melhor sobre o tema:

Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

Reflita e relacione, de maneira coerente, a tecnologia hoje ao tema proposto.

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Resumo crítico: proposta de redação

RESUMO CRÍTICO OU RESENHA

Resumo crítico ou resenha não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha deve ser entendida como uma análise interpretativa e, por esse motivo, irá depender da sua capacidade de relacionar os elementos do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está sendo analisado.

Na elaboração de uma resenha crítica, deve-se procurar resumir o assunto, apontar as deficiências e/ou pontos que, sob a sua ótica, poderiam ser melhor trabalhados, sem entrar em muitos pormenores e, ao mesmo tempo, destacar os pontos fortes com ponderação. A resenha deve ser direta.

COM BASE NO TEXTO ANTERIOR E NAS INDICAÇÕES ABAIXO, FAÇA UM RESUMO CRÍTICO SOBRE O TEXTO DE BOFF – “CRÍTICA AO MODELO-PADRÃO DE SUSTENTABILIDADE“:

Inicie o seu resumo com: “de acordo com”, “segundo”, “para”.

O seu resumo crítico deverá conter apenas dois parágrafos. Primeiramente resuma as ideias principais do autor em apenas um parágrafo. Em seguida, inicie a sua crítica em outro parágrafo.

Busque responder, em sua crítica, qual é a relevância do texto de Boff em relação aos desafios de nossa era?

Exerça uma atitude crítica frente às posições do autor em termos de:

a) – Relevância das ideias do autor;
b) – Validade dos argumentos empregados;
c) – Originalidade do tratamento dado ao problema;
d) – Apreciação e crítica em relação às ideias defendidas.
A sua crítica deve, primeiramente, referir-se aos argumentos utilizados pelo autor. Os argumentos utilizados são significativos?
Evite marcas de pessoalidade em sua crítica e no resumo, escreva o seu texto em terceira pessoa;

A sua crítica deve seguir as orientações de crítica dadas pelo professor em sala de aula.
Mínimo 10 linhas;
Máximo 15 linhas.

DICA: SUBLINHE AS PARTES MAIS IMPORTANTES DO TEXTO.

TEXTO PARA RESENHA

CRÍTICA AO MODELO-PADRÃO DE SUSTENTABILIDADE

Os documentos oficiais da ONU e também o atual borrador para a Rio+20 encamparam o modelo padrão de desenvolvimento sustentável: deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. É o famoso tripé chamado de Triple Botton Line (a linha das três pilastras), criado em 1990 pelo britânico John Elkington, fundador da ONG Sustain Ability. Esse modelo não resiste a uma crítica séria.

Desenvolvimento economicamente viável: Na linguagem política dos governos e das empresas, desenvolvimento equivale ao Produto Interno Bruto (PIB). Ai da empresa e do país que não ostentem taxas positivas de crescimento anuais! Entram em crise ou em recessão com consequente diminuição do consumo e geração de desemprego: no mundo dos negócios, o negócio é ganhar dinheiro, com o menor investimento possível, com a máxima rentabilidade possível, com a concorrência mais forte possível e no menor tempo possível.

Quando falamos aqui de desenvolvimento não é qualquer um, mas o realmente existente que é aquele industrialista/capitalista/consumista. Este é antropocêntrico, contraditório e equivocado. É antropocêntrico pois está centrado somente no ser humano, como se não existisse a comunidade de vida (flora e fauna e outros organismos vivos) que também precisa da biosfera e demanda igualmente sustentável. É contraditório, pois, desenvolvimento e sustentabilidade obedecem a lógicas que se contrapõem. O desenvolvimento realmente existente é linear, crescente, explora a natureza e privilegia a acumulação privada. É a economia política de viés capitalista. A categoria sustentabilidade, ao contrário, provém das ciências da vida e da ecologia, cuja lógica é circular e includente. Representa a tendência dos ecossistemas ao equilíbrio dinâmico, à interdependência e à cooperação de todos com todos. (…)

É equivocado, porque alega que a pobreza é causa da degradação ecológica. Portanto: quanto menos pobreza, mais desenvolvimento sustentável haveria e menos degradação, o que é equivocado. A expressão desenvolvimento sustentável representa uma armadilha do sistema imperante: assume os termos da ecologia (sustentabilidade) para esvaziá-los. Assume o ideal da economia (crescimento) mascarando, a pobreza que ele mesmo produz. Socialmente justo: se há uma coisa que o atual desenvolvimento industrial/capitalista não pode dizer de si mesmo é que seja socialmente justo. Se assim fosse não haveria 1,4 bilhões de famintos no mundo e a maioria das nações na pobreza. (…) Tudo isso denuncia a falsidade da retórica de um desenvolvimento socialmente justo, impossível dentro do atual paradigma econômico. Ambientalmente correto: O atual tipo de desenvolvimento se faz movendo uma guerra irrefreável contra Gaia, arrancando dela tudo o que lhe for útil e objeto de lucro, especialmente, para aquelas minorias que controlam o processo. Em menos de quarenta anos, segundo o Índice Planeta Vivo da ONU (2010) a biodiversidade global sofreu uma queda de 30%. Apenas de 1998 para cá houve um salto de 35% nas emissões de gases de efeito estufa.(…)

Em conclusão, o modelo padrão de desenvolvimento que se quer sustentável, é retórico. Aqui e acolá se verificam avanços na produção de baixo carbono, na utilização de energias alternativas, no reflorestamento de regiões degradadas e na criação de melhores sumidouros de dejetos. Mas reparemos bem: tudo é realizado desde que não se afetem os lucros, nem se enfraqueça a competição. Aqui a utilização da expressão “desenvolvimento sustentável” possui uma significação política importante: representa uma maneira hábil de desviar a atenção para a mudança necessária de paradigma econômico se quisermos uma real sustentabilidade. Dentro do atual, a sustentabilidade é ou retórica ou localizada ou inexistente.

Leonardo Boff

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