Hipertexto e gêneros digitais: algumas reflexões

Hipertexto e gêneros digitais: algumas reflexões
Gostaria de compartilhá-lo com os meus leitores. Apresento, por meio dele, algumas reflexões sobre a obra de MARCUSCHI, L. A. & XAVIER, A. C. (Orgs.) Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2004.
  • Gêneros emergentes no contexto da tecnologia digital
    O Conceito de gênero textual diz respeito às novas práticas sociais diante das diversas práticas discursivas existentes hoje. Pode-se, grosso modo, pensar em um gênero, como um “texto em um contexto”. Segundo Miller, os gêneros seriam ações retóricas tipificadas produzidas em resposta às situações sociais recorrentes. Assim, os gêneros seriam instrumentos aptos para desenvolver ações sociais em situações específicas, que se definem por objetivos comunicativos, audiência, regularidades formais de conteúdos. Com as novas tecnologias digitais e as novas práticas sociais que são iniciadas com essas tecnologias, surgem novos gêneros, são os gêneros emergentes, inserindo-se em um novo contexto de comportamento comunicativo. Para Bolter, esse novo processo conduz uma cultura eletrônica com economia na escrita. Para David Crystal, esse processo assemelha-se a uma “festa linguística” onde levamos a nossa língua ao invés de nossa bebida. Yates afirma que esse processo ocorre porque está acontecendo uma radicalização do uso da escrita. Nessa perspectiva o gênero textual deve ser encarado como fenômeno social e histórico. Entre os gêneros mais conhecidos podemos citar: email, chat, entrevista com convidado, e-mail educacional, aula chat, vídeo conferência, lista de discussão, endereço eletrônico e outros.
    É evidente, no atual momento que nos encontramos, o fato de o gênero refletir estruturas de autoridade e relações de poder claras. Ou seja, por meio do estudo dos gêneros é possível refletirmos sobre as nossas práticas sociais. De acordo com Thomas Erickson, a interação on-line tem a característica de acelerar a evolução dos gêneros. Esse novo processo de interação altera o gênero. Uma característica fundamental da maioria desses gêneros emergentes é a inserção de elementos semióticos no texto. Para crystal, no entanto, o discurso eletrônico ainda encontra-se em estado selvagem e indomado sob o ponto de vista linguístico e organizacional. O que não quer dizer que não deve ser analisado e esquecido, o seu uso é fundamental à inserção no processo de interação social.
    #Hipertexto e gêneros digitais: algumas reflexões
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