Ser Nômade Digital enjoa?

Ficou de “saco cheio” da Tailândia? Pegue um avião e vá para outro país; cansou da Ásia? Vá para a Europa, cansou de tudo, quer ir ao Brasil? Vá ao Brasil (até você enjoar novamente rsrs) e, então, faça tudo novamente (ou não, experiencie novas rotas, novos lugares em um país. Você precisaria de, no mínimo, umas 200 vidas para conhecer todo o mundo. É, praticamente, impossível, mesmo que conheça todos os países do mundo, não encontrar uma razão para voltar a um local, porque, mesmo que você já tenha esgotado as possibilidades de passeios em um mesmo país/cidade, quando você voltar a um local, a sua experiência nunca será a mesma de antes, então, você, sempre, experienciará coisas novas. É por isso que viajar é algo que eu farei, SEMPRE, enquanto eu viver, porque é impossível enjoar de viajar, você pode querer descansar, por um tempo, mas “enjoar” não). É exatamente isso, nada é fixo e permanente. Os intervalos de tempo você decide, se quiser dividir o seu ano entre 6 meses no Brasil e 6 meses na Europa, é possível (mesmo sem passaporte Europeu, mas você terá de passar 3 meses em um país da Europa e 3 meses em outro que não pertença ao espaço de Schengen. Se você tiver toda a documentação corretamente e dinheiro, não será deportado, não terá problemas com imigração de país algum). No meio de todo esse “vai e vem”, você fará amizades, conhecerá pessoas e criará alguma ligação com algum lugar e acabará se sentindo (eu pelo menos me sinto assim) cidadão do mundo e terá alguns lugares favoritos no mundo para onde você, provavelmente, voltará algum dia (no meu caso: Brasil, Espanha e Croácia). Eu cansei, neste final de ano, de ficar “pulando para lá e para cá”, então, voltei para Sevilha, Espanha, onde tenho amigos.

Eu gosto de ficar mais tempo em um lugar, de 3 a 6 meses. Mais do que isso, me sinto em uma rotina, então, eu me mudo para me reinventar e me tornar mais produtivo. Quero ir ao Brasil no ano que vem, mas não consigo ficar mais do que 2 semanas na cidade onde os meus pais moram e, em Brasília, onde eu morava, eu não quero passar mais do que 1 semana, de lá vou ao Rio, do Rio a São Paulo e, de São Paulo, eu volto para algum país em qualquer lugar do mundo. Se com a idade eu pararei com isso? Acho que não. Pessoas mais velhas, também, viajam (mesmo que com menos frequência). E, mesmo que você fique, somente, 2 meses em um país, isso já o torna nômade, desde que você trabalhe, remotamente, nesse local, caso contrário, você será empreendedor digital que tirou férias em algum lugar ou, simplesmente, turista, mas não Nômade Digital.

Se for muito apegado à sua família ou for uma pessoa que gosta de viver em comunidades, talvez o Nomadismo Digital não seja uma opção, pelo menos não para viver mudando tanto. Mas cada um decide o seu ritmo como Nômade Digital. Alguns têm uma base onde permanecem por semanas, dias um ou dois anos e, posteriormente, voltam a viajar, porque têm a liberdade de trabalhar em qualquer lugar do mundo.

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Retrospectiva 2016: 1 ano como Nômade Digital

Retrospectiva 2016: 1 ano como Nômade Digital

Nômade Digital

Galera, eu comecei a viver como Nômade Digital em novembro do ano passado, quando, em uma segunda-feira de trabalho em casa (4 anos trabalhando em casa, naquela época), eu percebi que, mesmo tendo que produzir, poderia trabalhar no ônibus/avião, enquanto eu viajava, no hotel de onde eu estivesse, em qualquer lugar do Brasil (eu não tinha entendido, ainda, o poder que eu tinha em minhas mãos trabalhando remotamente e que os indexadores do Google, depois de muitos anos de investimento, mais de sete, transformariam a minha vida. Eu comecei a empreender pela internet em 2006 e só obtive retorno suficiente para viver disso em 2012/2013). Não havia mais barreiras para mim, pois a internet tinha me alavancado (eu só não tinha percebido isso, ainda, e ficava trabalhando em casa). Estava cansado de Brasília e saturado com o preço elevado de tudo por lá. Peguei um ônibus para o Sul com destino a Londrina (cheguei a cogitar viver em Curitiba, mas não gosto de viver em cidades muito grandes e sei que teria de enfrentar, nesse caso, o problema da violência dos grandes centros urbanos brasileiros).

Viajei para Londrina, coloquei o meu gato dentro da caixinha de viagem dele e entrei no ônibus com o meu notebook na mochila (acho que, a essas alturas, ele era o único ser ao qual eu ainda tinha “apego” e um sentimento errado de “posse” na vida). Tive de me desapegar dele meses depois (e de outras pessoas, também, especialmente, algumas que me faziam mal). Aluguei um apartamento muito mais barato do que onde eu vivia em Brasília, em uma área tão nobre quanto o sucateado Plano Piloto (beijos ahaha) e a minha qualidade de vida aumentou bastante. Apesar de estar satisfeito com a cidade, eu, ainda, não sentia que aquele era o meu lugar (hoje tenho dois lugares favoritos no mundo e tenho planos de ter uma base nesses lugares, mas, jamais, deixar de viajar). Voltei a Brasília em janeiro, fiquei lá por 2 meses, trabalhando em casa e refletindo muito (já fazia mais de 4 anos que eu trabalhava em casa). Comprei uma passagem de avião (claro que não foi rápido desse jeito rsrs) e fui para a Alemanha começar a viver como nômade. Eu nunca pensei que fosse dar certo, tive muito medo, mas eu percebi que eu não precisava estar em uma cidade que não gosto, pagando um preço muito alto por tudo e não ter qualidade de vida; vivia reclamando de tudo nessa época.

Aprendi, como nômade, a ter muita confiança em mim, especialmente, porque percebi que eu sou autossuficiente. Sou capaz, com a minha própria produção, por meio da internet, de viver em QUALQUER LUGAR DO MUNDO e VIVER DO QUE EU MESMO PRODUZO O/ (Isso é tão maravilhoso). Além disso, eu trabalho muito mais feliz, porque eu, simplesmente, posso viver em um lugar que me faz bem, que eu mesmo escolho, ANYWHERE. Parece ilusório e impossível ou muito marketing da minha parte, mas não é. Se você consegue produzir, em sua área, remotamente, viver na Europa e em muitos lugares do mundo é MAIS BARATO DO QUE VIVER NO BRASIL.

Mas viver como nômade também tem o seu lado difícil, que, também, me trouxe muito crescimento. Apesar de passar muito tempo sozinho em alguns países onde eu não pude interagir muito, seja porque eu não me identifiquei muito com a cultura local ou porque eu tinha muito trabalho, eu me tornei TÃO INDEPENDENTE. Acho que isso é uma das coisas mais positivas que aprendi vivendo todo esse tempo na Europa. Os europeus estão em um estágio de independência anos luz de nós brasileiros. Isso é uma questão cultural, claro. No início, pensei que as minhas relações com as pessoas seriam muito superficiais, porque vivo “pulando para lá e para cá”, mas fiz amigos com quem posso contar hoje em vários lugares do mundo (eu os visito, eles me visitam 😀). E posso voltar, sempre, não há uma sentença definitiva para mim. Por exemplo, depois de Budapeste, eu voltei para Sevilha, na Espanha, para rever amigos e ter uma nova experiência nesse lugar, com a lembrança do que eu já vivi (nossa, o céu de Sevilha *.*, a maneira pela qual as pessoas vivem e com a decoração de natal :*. Já reinventei na minha cabeça essa cidade novamente).

Saudades da família? Sim, mas eu os via de três em três meses no Brasil e, embora sejamos conectados, como saí de casa muito cedo e vivi, distante, em outra cidade, durante anos, eu não sou tão apegado a eles e, hoje, tenho em mente que família, também, é termo que se refere àqueles que me fazem bem, amigos, a quem gosto, a quem estimo; e a noção de casa, para mim, independe do que eu “tenho” (complexo isso, né rsrs?). Mas a cada apartamento/casa que eu me mudo, com móveis que não são meus, com coisas que não são minhas, eu, mesmo assim, me sinto em casa, porque este é o meu lugar, que eu PAGUEI, COM O MEU DINHEIRO, é o lugar onde eu construirei as minhas memórias, onde eu terei uma história. Nos primeiros dias, não é fácil me acostumar, mas, depois, já crio uma intimidade com o lugar que… o mesmo digo em relação às ruas por onde passo, às academias em que malho (nossa, quando eu me lembro de uma academia chamada GYM4U na Croácia, parece uma coisa boba, mas tenho tantas memórias boas do caminho de minha casa para essa academia e da academia em si…).

Ás vezes, vivo em países mais pobres para equilibrar as minhas finanças, (senão a grana some rsrs, porque eu recebo em real), ainda mais pagando impostos tão altos no Brasil, mas posso, ao menos duas vezes ao ano, escolher onde eu quero viver por 6 meses. Vivi em países baratos, caríssimos, mas, sempre, mantive o meu equilíbrio financeiro em relação ao meu estilo de vida, eu, de verdade, não preciso de muito para viver. De vez em quando, fiz algumas coisas fúteis e caras, porque eu mereço rsrs. Fiz o meu balanço financeiro anual e, pasmem, eu gastei menos no exterior neste ano do que no Brasil no ano passado, pelo menos uns 7 mil reais a menos (não é uma diferença tão grande, mas convenhamos que a minha qualidade de vida, em relação a estar em casa em Brasília, reclamando da vida e do meu arredor, mudou muito).

Aprendi, nesse tempo, como nômade, que, por mais que as minhas emoções e que esse sentimento de pertencimento à humanidade tentem me fazer permanente, neste espaço e tempo, eu, você e toda a humanidade não SOMOS, nós, apenas, estamos (de PASSAGEM), o que permanece é o que construímos, o que deixamos (não estou falando de herança, ok?) para a próxima geração (tenhamos nós filhos ou não rsrs). Aprendi muito sobre mim como nômade, de uma maneira que sei que poucos podem experienciar. Agora, ao final do ano, eu fiquei um pouco cansado de mudar tanto, mas é possível ser nômade mesmo tendo uma base em um lugar. Há várias maneiras de experienciar o Nomadismo Digital.

Abraço a todos.

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