Conflitos entre orientadores e orientandos?

Orientando e orientador conflitos

Conflitos entre orientadores e orientandos?

Está tendo problemas com o seu orientador(a)? Infelizmente, a academia tornou-se um local de egos e não de pesquisadores. Muitas vezes, alguns orientadores, com o intuito de (des)orientar o estudante de mestrado ou doutorado, acabam impondo aquilo que eles acreditam e gostariam nos trabalhos dos estudantes (desde escolha de títulos a delimitação do recorte temático de pesquisa, bem como seleção de referências), não aceitando nada que fuja à linha de pesquisa deles, o que, às vezes, pode limitar o desenvolvimento dos estudantes de pós-graduação. Já ouvi dizer que isso é uma recomendação da Capes, mas não sei, de fato, se essa informação procede. De qualquer maneira, compreendo que um orientador, ainda mais no Brasil, teria de ser muito desapegado de questões ideológicas para deixar o orientando seguir o seu próprio caminho acadêmico. Alguns deles tornam-se entraves à ciência, pois não formam, de fato, pesquisadores críticos e autônomos (isso é uma longa discussão em relação à docência superior, fica a sugestão de discussão para outro post (também preciso pesquisar, para compreender, de fato, os entraves da docência superior no Brasil hoje).

Por outro lado, muitos orientandos, que ainda não têm autonomia para desenvolverem por si só pesquisas, talvez não tenham, ainda, como estar conscientes de suas próprias escolhas em relação a questões ontológicas e epistemológicas de suas pesquisas. O orientador, nesse sentido, é, de certa forma, responsável também pelo trabalho do orientando. Ás vezes, as imposições do orientador(a) podem ser necessárias para evitar problemas, especialmente com os futuros membros da banca examinadora. É preciso que a relação entre orientador e orientando seja muito engajada, e que os orientandos conheçam muito bem as linhas de pesquisas dos orientadores. Não faz sentido, por exemplo, ser orientado por um Professor de uma vertente de pesquisa que não interessa o orientando.

Ser sincero com o orientador em relação às falhas e manter diálogo fluído para que este também posicione-se dessa maneira são fundamentais para o bom desenvolvimento do próprio estudante e da pesquisa. Se não houver alinhamento entre o orientando e o orientador em relação a determinadas correntes de estudo ou em relação a determinados posicionamentos científicos, ou se o orientando acreditar que o orientador não lhe dá o suporte necessário (como nós sabemos que ocorre) talvez seja o caso de procurar outro orientador (se houver tempo). Se há problemas durante a orientação, é preciso haver diálogo entre orientando e orientador(a). Ás vezes, é melhor que isso aconteça. Se for o caso, um co-orientador pode, também, ser bem-vindo, embora isso possa ferir o ego de muitos orientadores ( optar pelo bom senso nessas horas é fundamental. O diálogo com o orientador é importante, não vale a pena guardar rancores nessas interações. É importante deixar tudo claro e agir de maneira profissional, afinal, essa relação motiva-se de um fundamento objetivo).

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