Sobre Anderson Hander Brito Xavier

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Teses, Dissertações e Artigos revisados no segundo semestre de 2025

O Ensino de Genética por meio de maquetes comestíveis: um relato de experiência no estudo das mutações BRCA e câncer de mama. Maria Helena Machado. Revisão Ortográfica e Gramatical, Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Artigo Científico. Àrea: Ciências Biológicas. Rio de Janeiro. Assim, em

Geografia, cultura escolar e educação crítica: uma análise das influências e desafios no Brasil. Juliano Rosa Gonçalves. Revisão Ortográfica e Gramatical, Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Artigo Científico. Área: Geografia. Brasília – DF. Assim,

A Evolução do Ensino de Geografia no Brasil: das origens coloniais à consolidação da Geografia Moderna e o impacto do Escolanovismo. Ruth Ribeiro Rocha Brito e Juliano Rosa Gonçalves. Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Artigo Científico. Área: Geografia. Brasília – DF. Espaço em Revista. Em primeiro lugar,

Geografia Escolar, Colonialidade, Neoliberalismo e a Cultura Escolar em Disputa. Francinalva Barbosa da Silva e Juliano Rosa Gonçalves. Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Artigo Científico. Área: Geografia. Brasília – DF. Assim,

Unialfa – Centro Universitário Alves Faria. Programa De Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado Acadêmico em Direito Constitucional Econômico. Alessandra Saad Sabino Godinho Leão Lacerda. Concentração Econômica e Assimetria de poder no agronegócio: análise crítica da atuação do CADE diante do oligopsônio dos frigoríficos à luz do Princípio Constitucional da Livre Concorrência. Revisão Ortográfica e Gramatical, Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Dissertação de Mestrado. Área: Direito. Goiânia – Goiás. Assim,

Teoria da Coerência Funcional Universal. Mário César Garms Thimoteo. Teoria da Coerência Funcional Universal: uma Abordagem Unificadora Para Espaço-Tempo, Informação e Dissipação. Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Artigo Científico. Área: Física. São Paulo – SP. Assim,

FGV/EPPG – Fundação Getúlio Vargas/ Escola de Políticas Públicas  e  Governo Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Governo. Diogo Rafael Costa Gomes. Diversidade e Exclusão No Brasil Contemporâneo: entre Retrocessos Estatais e Desigualdade Institucionalizada. Revisão Ortográfica e Gramatical, Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Dissertação de Mestrado. Brasília – DF. Em primeiro lugar,

UNIALFA – Centro Universitário Alves Faria. Programa De Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado Acadêmico em Direito Constitucional Econômico. Rafaela Lima Amaral. Regulação da Economia Solidária No Brasil: análise da Lei n. 15.068/2024 e sua potencial contribuição para a inclusão econômica e competitividade do setor. Revisão Ortográfica e Gramatical, Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Dissertação de Mestrado. Goiânia – Goiás. Assim,

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Jaqueline Vaz Maiolino. Atualização de Processos de Desenvolvimento, nas fases Ecss B E C, aplicada a geradores solares para satélites artificiais no cenário New Space. INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos – SP. Revisão Ortográfica e Gramatical, Revisão Crítica, e Formatação (Conferência de Normas Conforme ABNT) de Tese de Doutorado. Área: Engenharia e Tecnologia Espaciais e Gerenciamento de Sistemas Espaciais. Em primeiro lugar,

Em primeiro lugar,

 

 

Fundamentos teóricos da investigação qualitativa

Fundamentos teóricos

A preocupação central dos pesquisadores qualitativos com o “significado” e outras características distintivas da abordagem qualitativa nos leva à discussão de seus fundamentos teóricos. O conceito de teoria, nesse contexto, é mais próximo do que se encontra nas ciências sociais como a sociologia e a antropologia. Aqui, teoria não se limita a proposições testáveis, mas se aproxima da ideia de paradigma (Ritzer, 1975): um conjunto flexível de conceitos inter-relacionados que orientam o pensamento e a prática investigativa.

Toda pesquisa, explícita ou implicitamente, está ancorada em uma perspectiva teórica, uma forma de compreender o mundo e determinar o que é relevante. Bons pesquisadores reconhecem e utilizam seus fundamentos teóricos para guiar a coleta e a análise de dados, conferindo coerência à investigação.

Grande parte das tradições científicas derivam do positivismo, influenciado por pensadores como Auguste Comte, priorizando fatos e causas do comportamento. Já os pesquisadores qualitativos frequentemente se alinham à fenomenologia, mesmo que existam variações internas (Gubrium, 1988; Meltzer, Petras & Reynolds, 1975). Abordam-se, neste texto, as seguintes bases: a fenomenologia, o interacionismo simbólico, a interpretação da cultura na antropologia, a etnometodologia e os estudos culturais — enfoques amplamente utilizados e próximos da perspectiva fenomenológica.

A abordagem fenomenológica

Uma situação cotidiana pode ilustrar essa abordagem. Em um cruzamento com sinais de parada em todas as direções, dois veículos colidiram. Enquanto os motoristas discutiam sobre quem havia parado ou tinha prioridade, uma testemunha hesitou em relatar o ocorrido, apontando a dificuldade de ver claramente do ponto onde estava.

Ao ser questionado sobre como lida com relatos contraditórios, o policial afirmou que eles são frequentes e que as diferentes versões não indicam necessariamente mentira — tudo depende da perspectiva de cada um. Essa visão reflete bem a base fenomenológica das abordagens qualitativas: o significado dos eventos varia segundo o ponto de vista de quem os vivencia.

A fenomenologia busca compreender o significado atribuído por pessoas comuns a acontecimentos e interações específicas. Influenciada por Edmund Husserl, Alfred Schutz e pela tradição weberiana da compreensão interpretativa (“verstehen”), essa abordagem parte do princípio de que não podemos assumir previamente o que as coisas significam para os sujeitos estudados (Douglas, 1976). A investigação começa com o “silêncio” (Psathas, 1973), ou seja, com uma escuta atenta ao mundo do outro. Os pesquisadores procuram adentrar o universo conceitual das pessoas, compreendendo os significados que atribuem às suas experiências cotidianas (Geertz, 1973). Compreende-se, portanto, a realidade como socialmente construída (Berger & Luckmann, 1967).

Embora as diversas vertentes qualitativas compartilhem o interesse em compreender os sujeitos a partir de suas perspectivas, essa ideia de “ponto de vista” é uma construção teórica do próprio pesquisador. Assim, existe o risco de interpretar a experiência do sujeito de forma distorcida — algo inevitável na pesquisa. O importante é estar consciente disso. Alguns autores buscam descrições “imaculadas” da experiência, enquanto outros constroem abstrações com base em interpretações. Em todos os casos, é necessário considerar essas implicações teóricas e metodológicas.

Ainda que priorizem o subjetivo, os pesquisadores qualitativos não negam por completo a existência de uma realidade objetiva. Podem até usar o exemplo de um professor que acredita poder atravessar uma parede — a crença não basta, a realidade da parede permanece. Porém, essa realidade só é acessível mediante percepção e interpretação. Por isso, os qualitativos focam o pensamento simbólico, pois a realidade que vivemos é mediada por crenças e significados, não se reduzindo a objetos fixos como paredes. O mundo humano é simbólico, construído por imaginação e interpretação.

A interação simbólica

A interação simbólica tem raízes antigas, estando presente, por exemplo, na Escola de Chicago no início do século XX. John Dewey, filósofo e educador pragmático, teve papel fundamental na formação dessa perspectiva, influenciado por pensadores como Cooley, Park, Znaniecki e, especialmente, George Herbert Mead. Compreende-se a obra de Mead Mind, Self and Society (1934), a base do interacionismo simbólico.

Embora alguns usem o termo “interação simbólica” como sinônimo de pesquisa qualitativa, apenas uma parte dos estudiosos que adotam essa abordagem realmente segue esse entendimento (como ocorre na Escola de Iowa). Esta apresentação se apoia especialmente em Herbert Blumer, Everett Hughes e em discípulos como Howard Becker e Blanche Geer.

Essa vertente, compatível com a fenomenologia, sustenta que a interpretação constrói a experiência humana. Pessoas, objetos e eventos não carregam significados fixos; cada um atribui sentidos a eles. Por exemplo, um tecnólogo pode definir um projetor de filmes como ferramenta didática; um professor, como meio de entreter alunos cansados; e uma tribo não ocidental, como objeto sagrado. Os significados variam conforme o contexto, e a interpretação compõe a própria experiência.

Para compreender o comportamento, é essencial conhecer as definições que os indivíduos atribuem às situações e o processo pelo qual constroem tais definições. Seres humanos criam seus mundos simbólicos e, por isso, entender a intersecção entre biografia e sociedade é fundamental (Gerth & Mills, 1953). O comportamento não decorre de estímulos fixos, mas de definições interpretadas, e o pesquisador precisa adentrar esse processo, por exemplo, por meio da observação participante.

A interpretação, por sua vez, não ocorre de forma isolada. Os indivíduos interpretam com base em interações passadas e presentes — com autores, familiares, figuras da mídia e colegas de trabalho. Os significados surgem em relação com os outros e se constroem continuamente na interação social.

A cultura

Muitos antropólogos que pesquisam educação adotam uma abordagem fenomenológica, baseando-se no conceito central de cultura. A descrição da cultura ou de partes dela é conhecida como etnografia. Ainda que existam diferentes definições, considera-se a cultura como uma referência teórica fundamental nesses estudos.

Spradley (1980) define cultura como o conhecimento que as pessoas acumulam para interpretar experiências e orientar seu comportamento. Isso inclui o que fazem, o que sabem e os objetos que produzem e utilizam. Para McDermott (1976), a etnografia deve ser capaz de explicar as ações das pessoas a partir do conhecimento que elas detêm, permitindo que ajam de maneira considerada adequada conforme o senso comum da comunidade em que vivem. Aplica-se essa perspectiva em estudos com famílias afro-americanas (Stack, 1974), em ambientes escolares (Wolcott, 1973) ou salas de aula (Florio, 1978).

Outra leitura importante é a de Geertz (1973), que se concentra nos aspectos simbólicos da cultura. Para ele, a cultura consiste em sistemas compartilhados de símbolos e não causa diretamente os eventos sociais, mas oferece o contexto que lhes dá sentido. Geertz utiliza o conceito de “descrição profunda”, que tomou emprestado de Ryle, para indicar que a etnografia deve buscar compreender as múltiplas camadas de significado de um comportamento — como no exemplo de uma piscadela, que diferentes contextos e intenções podem transformar em interpretações variadas.

A etnografia, segundo essa visão, envolve compreender e apresentar os significados  partilhados por membros de um grupo e revelá-los a quem está fora desse grupo. O foco do etnógrafo é capturar as representações e significados atribuídos pelas pessoas às suas práticas e experiências.

Wax (1971) propõe que a compreensão cultural não é um tipo de empatia misteriosa, mas sim o resultado da partilha de significados. O pesquisador começa “de fora”, mas à medida que passa a entender as ações e expressões compartilhadas pelas pessoas, adquire a “perspectiva dos que estão por dentro”.

Um exemplo disso é o estudo etnográfico de Florio (1978), que mostra como crianças recém-chegadas a uma turma de jardim de infância aprendem gradualmente a se integrar, adquirindo a cultura do grupo e respondendo adequadamente às expectativas da professora e dos colegas.

Também os sociólogos utilizam a noção de cultura em pesquisas qualitativas. Becker (1986), por exemplo, sugere que os significados partilhados são o que permite a ação coletiva. Ele ilustra isso com a imagem de músicos desconhecidos que, ao tocarem juntos numa orquestra de casamento pela primeira vez, conseguem agir em harmonia graças à cultura compartilhada que possuem.

Apesar das semelhanças com a observação participante, a etnografia se distingue por utilizar vocabulário e perspectivas específicas. Muitos pesquisadores em educação têm ampliado o uso do termo etnografia para abranger uma variedade de estudos qualitativos. Há uma convergência crescente entre sociólogos e antropólogos em termos de métodos e fundamentos teóricos. Como observou Spradley (1980), a ideia de cultura como conhecimento adquirido tem pontos em comum com a interação simbólica.

A etnometodologia

Diferente do que o nome pode sugerir, a etnometodologia não trata dos métodos usados para coletar dados, mas sim dos fenômenos que são objeto de estudo. Ela investiga como as pessoas organizam suas vidas cotidianas, utilizando estratégias e práticas do dia a dia para tornar o mundo inteligível e funcional. Harold Garfinkel introduziu o termo ao perceber uma série de expressões como etnobotânica ou etnomúsica, que remetem à forma como as pessoas interpretam suas próprias realidades.

Garfinkel resume a proposta da etnometodologia como o estudo de como os indivíduos, ao organizar suas rotinas, se valem de aspectos cotidianos para fazê-las funcionar. A abordagem busca entender como as pessoas percebem e explicam a ordem presente em seu ambiente social. Um exemplo de aplicação refere-se ao estudo de West e Zimmerman (1987), relativo à análise da construção social do gênero por meio das práticas cotidianas.

Na área educacional, vários pesquisadores têm se inspirado nessa perspectiva, mesmo que seus trabalhos por vezes se assemelhem a outros tipos de estudos qualitativos. A etnometodologia tende a se concentrar em aspectos mais detalhados e situacionais, como vocabulário, interações específicas e formas de compreensão local. Os termos frequentemente utilizados incluem “vida cotidiana”, “compreensão do senso comum”, “realizações práticas” e “relatos”.

Embora ainda seja cedo para avaliar plenamente as contribuições da etnometodologia para a educação, ela já provocou reflexões importantes. Um de seus alertas principais é que a investigação não constitui, exclusivamente, um exercício científico, mas também uma prática social. Os etnometodólogos sugerem que os pesquisadores se atentem aos pressupostos de senso comum que influenciam suas ações e decisões. Isso implica suspender — ou pelo menos reconhecer — suas próprias visões de mundo ao realizar estudos qualitativos.

Os estudos culturais

Nem todos os estudos qualitativos seguem a linha fenomenológica. Muitos pesquisadores preferem outras perspectivas teóricas, como o neomarxismo, o materialismo feminista e o feminismo pós-estruturalista. Muitos agrupam essas abordagens sob o rótulo de “estudos culturais”.

O principal ponto que distingue os estudos culturais da fenomenologia é a rejeição da ideia de que o mundo pode ser diretamente conhecido ou representado. Para essas abordagens, o real não é algo apresentado de maneira empírica simples. Em vez disso, o foco está em como se produz o conhecimento, em quais relações de poder ele está inserido, e em como a linguagem estrutura a nossa compreensão do mundo.

Essas correntes teóricas enfatizam os processos sociais e discursivos por meio dos quais as pessoas constroem e contestam significados. Os estudos culturais, portanto, se preocupam com questões de identidade, ideologia, hegemonia, resistência e agência — especialmente no que diz respeito a grupos marginalizados ou oprimidos.

Ainda que distintos em seus fundamentos, os estudos culturais compartilham com as abordagens qualitativas tradicionais o interesse pela cultura, pelo significado e pela experiência vivida. Entretanto, introduzem uma dimensão crítica que questiona as estruturas de poder e os mecanismos de exclusão presentes nas instituições e práticas sociais.

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📚 Revisão de Textos Acadêmicos

Prof. Me. Anderson Hander
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