Como estudar para passar em processo seletivo de mestrado ou doutorado?

Compartilhando, neste post, nove dicas que considero relevantes para quem está participando de processo seletivo de mestrado ou doutorado.

O edital

Primeira dica: o edital. Antes de qualquer coisa, é crucial ler e estudar o edital da sua universidade. Ele fornece insights sobre como estudar e o que estudar, servindo como um guia para sua preparação. Não subestime a importância do edital, pois ele é uma fonte valiosa de reflexão.

Reler textos da graduação

Número dois. Acredito que seja essencial revisitar o material que você acumulou ao longo da graduação. Isso significa voltar às suas apostilas, livros e relembrar alguns conceitos-chave. Muitas vezes, acabamos esquecendo certos detalhes ao longo do tempo. Esse exercício de revisão é fundamental para fortalecer sua base de conhecimento e compreender melhor os conteúdos abordados. No meu caso, durante meu período de preparação para o mestrado, dediquei bastante tempo à releitura desses materiais, incluindo os resumos que havia feito. Foi um processo intenso, mas muito enriquecedor, que também incluiu assistir a vídeos explicativos sobre os temas relevantes para minha área de estudo.

História da ciência da sua área

Terceiro ponto: história da ciência, relacionada à área de investigação. Acho fundamental destacar esse aspecto, pois entender a evolução e os fundamentos históricos da sua área de estudo pode proporcionar uma perspectiva mais ampla e profunda. Compreender como os conceitos e teorias se desenvolveram ao longo do tempo pode enriquecer significativamente seu conhecimento e sua análise crítica. No meu caso, na área da linguística, dediquei-me a assistir diversos documentários que abordavam a história dessa disciplina. Essa imersão histórica foi crucial para minha compreensão dos conceitos e abordagens dentro da linguística. Portanto, recomendo fortemente explorar a história da sua área de estudo, pois isso certamente contribuirá para uma compreensão mais completa e contextualizada do seu campo de pesquisa.

Conhecimento geral sobre ciências

Número quatro: é crucial possuir um conhecimento básico sobre Ciência. Além de explorar documentários que abordem a história da ciência, é fundamental focar também no entendimento de conceitos essenciais como metodologia, ontologia e epistemologia. Compreender a história da ciência e sua aplicação contemporânea é fundamental para qualquer pesquisador. Busque recursos que discutam como conduzir pesquisa, pois é essencial ter uma sólida base de conhecimento científico. Recomendo explorar manuais de metodologia, os quais oferecem reflexões importantes nesse sentido. Além disso, existem documentários que podem enriquecer sua compreensão sobre esse tema específico.

Referências

Quinto ponto: referências. Refiro-me, especificamente, às referências do seu edital. É importante não sair buscando referências que não estão alinhadas com o que é proposto no edital, a menos que seja para retomar conceitos, como mencionei na minha segunda dica. O foco deve estar nas referências indicadas no edital e na leitura aprofundada do material sugerido. Não se trata apenas de uma leitura superficial; é necessário dedicar-se a várias leituras. A primeira serve para se familiarizar com o texto, enquanto as seguintes proporcionam uma compreensão mais profunda. Em meu caso, costumo reler um texto várias vezes para internalizar o conteúdo e compreendê-lo completamente.

No entanto, reconheço que cada pessoa tem seu próprio estilo de aprendizado, que depende de uma autopercepção e autoconhecimento sobre como você estuda e sobre você mesmo. Desde criança, enfrentei desafios no ensino, especialmente em disciplinas como história na quarta série. A partir desse momento, busquei maneiras de superar essas dificuldades, motivado pelo meu desejo pessoal de aprendizado. Descobri que trazer o conteúdo para perto de conceitos familiares me ajudava a memorizar e internalizar melhor. Essa é uma estratégia que funciona para mim e pode não funcionar para todos, mas é fundamental conhecer suas próprias estratégias de aprendizado.

Resumos, fichamentos e esquemas

Sexto ponto, após a leitura do material do edital, é importante fazer resumos e fichamentos, além de esquemas. Tenho alguns áudios explicativos sobre como realizar essas atividades. O resumo proporciona uma melhor organização e visualização do conteúdo, enquanto o esquema oferece uma estrutura semelhante a um sumário, permitindo a categorização das ideias. Isso facilita a compreensão do que está sendo estudado, pois ajuda a segmentar as ideias e a focar nos tópicos-chave. Por exemplo, neste texto, abordo alguns pontos importantes sobre como estudar para o mestrado. Segmentar as ideias dessa forma auxilia a visualização do conteúdo. É importante compreender o conhecimento a partir dessa segmentação, pois isso permite organizar o pensamento e facilita a internalização do aprendizado.

Interdisciplinaridade

Uma área de conhecimento está, necessariamente, ligada a outra. E a compreensão de um determinado campo pode levar à compreensão de outros, dependendo da sua experiência e bagagem de conhecimento. Especialmente nas ciências humanas, as histórias de diferentes disciplinas frequentemente ocorrem paralelamente. Ao estudar uma corrente ou movimento em uma determinada área, você pode perceber conexões com outras disciplinas. Essa compreensão ampla pode facilitar a compreensão do contexto em que sua área de estudo se insere. Isso, é claro, exige explorar outras áreas de conhecimento. Uma formação interdisciplinar durante a graduação pode ser crucial nesse sentido. Na minha universidade, por exemplo, tive a oportunidade de desenvolver uma perspectiva interdisciplinar, o que me permitiu relacionar minha área de estudo com outras, como a psicologia, filosofia e história. Isso me ajudou a contextualizar melhor minha área de conhecimento e a compreender suas peculiaridades em relação a outras disciplinas.

Oitavo ponto: é importante buscar outros estímulos além dos visuais para seus estudos. Atualmente, somos bombardeados por uma grande quantidade de estímulos, especialmente por meio de vídeos. Pessoalmente, busco assistir a documentários relacionados à área que estou estudando. Para me preparar para o mestrado, assisti a muitos documentários sobre linguística em língua inglesa. Além disso, explorei palestras de pesquisadores e congressos gravados disponíveis no YouTube, tanto em inglês quanto em português. Há uma variedade de materiais disponíveis na internet sobre várias áreas, basta fazer uma pesquisa.

No entanto, é crucial buscar fontes confiáveis de conhecimento e desenvolver habilidades de filtragem, especialmente na internet, para evitar se basear em informações sem fundamento. Se você não tiver estruturado o conhecimento de sua área de interesse em seu pensamento, será difícil ser aprovado no mestrado. Para isso, você deve, necessariamente, estudar; ler as obras clássicas e contemporâneas de sua área (e esta é uma tarefa dolorosa, que requer investimento de tempo, foco e determinação).

Retome o conteúdo

E por último, é importante retomar o conteúdo. Se você estudou e seguiu seu cronograma de estudos, ao longo desse período você precisará revisitar os conteúdos. Eu acredito que seja necessário montar uma planilha para isso. Por exemplo, se você organizou seu estudo ao longo de um ano, dividindo-o em blocos de tempo, é importante revisar o que foi estudado em cada período. Por exemplo, nos primeiros quatro meses, você pode ter abordado determinado conteúdo. À medida que avança para novos tópicos, é fácil esquecer o que foi aprendido anteriormente.

Os resumos se tornam fundamentais nesse processo, pois ajudam a reter o conhecimento após o término da leitura. É comum que, com o tempo, as informações se dissipem se não forem revisitadas. Especialmente no início de sua jornada como pesquisador ou estudante de mestrado, é essencial retomar o conteúdo por meio de leituras e revisões dos resumos feitos, para garantir que o conhecimento permaneça fresco e não se perca ao longo do tempo, já que não é algo que você está lidando diariamente.

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