Segundo Beaugrande & Dressler há sete critérios de análise da linguística textual. Dois deles são focados no texto (coesão e coerência) e outros cinco são focados no usuário (situcionalidade, informatividade, intertextualidade, intencionalidade e aceitabilidade).
Segundo Ingedore Koch (2009), designa-se por coesão a “forma como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se interligam, se interconectam, por meio de recursos linguísticos, de modo a formar um “tecido” (tessitura), uma unidade de nível superior à da frase, que dela difere qualitivamente”.
Costuma-se dividir a coesão em duas partes, a coesão referencial ou remissiva e a coesão sequencial. Os meios capazes de realizar a coesão referencial costumam ser elementos de ordem gramatical como os pronomes de terceira pessoa (retos e oblíquos), os demais pronomes (possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos), os numerais, o artigo definido e alguns advérbios locativos (ali, aí, lá). Já a coesão sequencial diz respeito, como informa Koch “aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se estabelecem, entre segmentos do texto (enunciados, partes de enunciados, parágrafos e mesmos sequencias textuais), diversos tipos de relações semânticas e/ou pragmáticos discursivas, a medida que se faz o texto progredir.
A coerência diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual entram numa configuração veiculadora de sentidos. A coerência se relaciona, portanto, com o ordenamento de elementos macroestruturais.
Agora, com relação aos aspectos da linguística textual que são centrados no usuário, é necessário citar a situacionalidade. A situacionalidade, segundo Koch, refere-se ao conjunto de fatores que tornam um texto relevante para uma situação comunicativa em curso ou passível de ser reconstruída. Refere-se então, à aspectos como formalidade, regras de polidez, variedade linguística empregada, tratamento dado ao tema que o usuário do texto escolhe a depender do contexto e que interfere na produção/recepção do texto.
A informatividade se relaciona a distribuição de informação no texto e a previsibilidade com que a informação nele contida é veiculada. Como exemplo de distribuição de informação, pode-se citar o equilíbrio entre informação nova e conhecida, pois segundo Kock “um texto que contenha apenas informação conhecida caminha em círculos, é inóculo, pois falta-lhe a progressão necessária à construção do mundo textual. Por outro lado, é cognitivamente impossível a existência de textos que contenham unicamente informação nova, visto que seriam improcessáveis, devido a falta de âncoras necessárias para o processamento.
Sobre o grau de previsibilidade, quanto mais previsível, menos informativo um texto será, conforme explica a autora:
“há, portanto, graus de informatividade: um texto cuja informação seja toda apresentada de forma mais previsível terá baixo grau de informatividade: se a informação for introduzida, pelo menos em parte, de forma menos esperada, menos previsível, haverá um grau médio de informatividade; e, se toda informação for apresentada de maneira imprevisivel, o texto terá um grau máximo de informatividade e exigirá um grande esforço de processamento.”
Já a intertextualidade ocorre quando um texto remete a outros, estabelecendo algum tipo de relação. O texto que é remetido deve fazer parte da memória social de uma coletividade ou conforme define (Garrod, 1985), da memória discursiva dos interlocutores.
A intencionalidade comprende as diversas maneiras pelas quais os usuarios da língua usam os textos para atingir seus obejtivos comunicativos, usando os recursos adequados para concretização dos objetivos visados.
A aceitabilidade refere-se a atitude dos interlocutores de aceitarem a manifestação lingusitica do parceiro de aceitar a manifestação linguistica do parceiro como um texto coeso e coerente e que tenha, alguma relevancia.
Fonte: Harrison Rocha. Curso de especialização em revisão de texto.