Memórias de um revisor: capítulo de introdução
Compartilho este e-mail trocado com um cliente com os meus leitores. Ele pode ser útil para solucionar dúvidas de futuros pesquisadores/estudantes em relação à organização de capítulos de trabalhos acadêmicos.
Anderson tudo bem,
Seguinte, estou tendo alguns problemas aqui no meu capitulo de introdução, poderia me dar uma luz a respeito? coisa simples.
Estruturei meu capitulo de introdução da seguinte forma:
1. INTRODUÇÃO – onde fiz uma apresentação do trabalho de maneira geral
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA E OBJETIVOS – fiz uma abordagem à pesquisa de maneira geral, a problemática e os obetivos
1.2 METODOLOGIA – desenvolvi o raciocínio metodológico onde usarei a ADC como estratégia analítica, as categorias que vou utilizar e tal.
Seria isso mesmo que se espera de um capítulo introdutório? existe alguma norma da ABNT ou da própria UNB para isso?
Estou te perguntanto pq minha orientação nunca trabalhou com ABNT e preciso de uma ajudinha.
Obrigado,
RESPOSTA:
Oi , boa noite!
Posso ajudá-lo sim, claro. Vamos lá:
1. Abnt não versa sobre essas questão de maneira tão específica. A ABNT traz, por meio das NBR’s, reflexões sobre referências, uma ou outra reflexão sobre resumo, abstract (mas de maneira muito geral, ela não é um manual de elaboração de trabalhos acadêmicos, é mais um manual de padronização). Muitas dessas reflexões são genéricas, ficando, muitas questões, para nós mesmos resolvermos, algumas, inclusive, de padronização. ABNT não versa estritamente sobre como elaborar uma introdução de um trabalho acadêmico. Pela minha experiência, isso é muito variável, alguns trabalhos topicalizam a introdução em seções, em outros, a introdução constitui uma seção apenas de 5 páginas (e nem é divida em capítulo), fazendo uma breve introdução do trabalho, expondo aspectos relativos ao recorte temático, à divisão das seções, algumas breves questões metodológicas, mas evidencia, especialmente o recorte a ser pesquisado.
O que você mencionou sobre a introdução faz sentido, assim como as especificações sobre metodologia, contextualização da pesquisa, ok. Mas não acho que eles deveriam ser enumerados como subseções (1.1 ou 1.2, mas sim como novas seções: Contextualização da pesquisa (2), Metodologia (3).
Penso na seguinte lógica:
1. Introdução
2. Contextualização da pesquisa e objetivos
Referencial teórico (dividir em subseções e, de preferência, não utilizar o nome “referencial teórico”, mas utilizar o nome que trata o recorte de sua pesquisa).
3. Metodologia
4. Análise (se houver).
5. Considerações finais.
6. Referências
7. Anexos e outros
Mas isso não segue um padrão dessa maneira, isso varia de faculdade para faculdade e de pensamento para pensamento. Na própria UnB, há muita variação sobre essa organização. A minha dissertação de mestrado, por exemplo, está dividida de outra maneira. Você pode consultar dissertações de seu departamento e que a sua orientadora tenha orientado (veja os 5 ultimos trabalhos e comece a refletir sobre qual seria a maneira mais lógica de formular a divisão do seu trabalho).
Saudações.
#Memórias de um revisor: capítulo de introdução