Recentemente, um cliente me disse que gostaria de mencionar o meu nome no trabalho dele para atestar a Revisão e para agradecer pelos serviços, na seção de agradecimentos. Mas ficou receoso porque não sabia se esta era uma prática comum, e me perguntou se isso não “pegaria mal”. Inclusive, alguns clientes já me pediram para eu manter sigilo em relação à Revisão. Mencionar o Revisor “pega mal”?
Como Revisor, acredito que o meu trabalho deva ser divulgado. Para falar mal, criticar, o ser humano é, sempre, bastante solícito, mas, para expressar gratidão, só na morte, e olhe lá; não é por acaso que os mortos sempre receberam mais flores do que os vivos, porque remorso é sempre maior do que gratidão.
Não acredito que “pegue mal” mencionar, em um texto acadêmico, o nome de um Revisor. Muito pelo contrário. Isso revela o cuidado com o texto, e o prestígio a profissionais, às pessoas que trabalham, que dedicam parte de suas vidas para a sociedade. Há quem não entenda o valor de um investimento em Revisão de Texto. E quem, mesmo pagando pelo serviço, e satisfeito, não consiga valorizar este profissional, especialmente porque o Revisor incomoda e constitui, muitas vezes, uma afronta às falhas e fraude que o outro representa.
Surge, assim, a invisibilidade do Revisor (aquele que, nos dizeres populares, “dá um jeito no texto mal escrito”, mas não pode ser mencionado). A visibilidade deste revelaria, por outro lado, a fragilidade do autor (em relação à Língua Portuguesa: disciplina na escola odiada por muitos brasileiros) que, para proteger as aparências, busca um Revisor, mas prefere não o mencionar, pois “pode pegar mal”.
Todo texto precisa ser revisado e autores precisam desconstruir essa imagem negativa do Revisor, o que revela algo negativo mais daqueles do que deste.