Por que as ruivas sofriam no passado?

As pessoas ditas fisicamente diferentes, ao longo da história da humanidade, pagaram por um estigma social muito perverso. A própria mulher em si foi (e ainda é) ícone de preconceito. No passado, por volta do período da idade média, a mulher era cosiderada uma entidade maligna. Se ela fosse ruiva, então…

Mulher ruiva

Samarah Souza

Religiosos difundiram a ideia, com base em interpretações de alguns filósofos gregos, de que  a mulher era um ser inferior e sexualmente perigoso. Mulheres ruivas simbolizaram o estereótipo demoníaco por excelência. Muitas foram acusadas de bruxaria e de feitiçaria e, por isso, foram perseguidas, torturadas e até mortas, pagando o preço da diferença.

Nos anos 1960, por outro lado, as ruivas já floresciam em tons alaranjados, quando a sueca ruiva Ann-Margareth  conquistara o coração de Elvis-Presley.

Mulher ruiva

No final do século XX, por volta da década de 1970, o movimento feminista trouxe uma grande virada sobre a dimensão social da mulher. Essa transformação permitiu que outros ditos diferentes, inaudíveis, começassem a ter voz!

Embora o preconceito contra a mulher exista, especialmente em virtude de dogmas religiosos, a mulher, e mais especificamente a mulher ruiva, conquistou o seu direito e espaço.

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A mulher ruiva hoje, inclusive, é tida, em virtude de suas madeixas alaranhadas, bem como de sua essência exótica, como símbolo sexual. E, com certeza, a ruiva é sinônimo de beleza, e a sua diferença não representa afronta aos perversos olhos da sociedade, mas é colírio.

Sobreviver ao mestrado

Sobrevivi ao mestrado

Para mim, o mestrado foi um processo de grande crescimento, mas, ao mesmo tempo, foi um processo muito doloroso. E o mais difícil não foi, de fato, ser aprovado no exame, mas sobreviver ao processo em si, conciliar estudo e trabalho, ir a conferências, congressos, publicar artigos, cursar disciplinas…

Tive muita dificuldade para encontrar um orientador que tivesse interesse no meu tema e recorte. Depois de entrar em contato com todos os professores do departamento, alguns nem responderam, encontrei uma pesquisadora maravilhosa: Cibele Brandão. Fui muito bem acolhido por ela, que teve toda a paciência para me guiar, transmitir o que ela sabia e ajudar-me a superar as minhas dificuldades.

Durante o mestrado, conheci uma moça do Programa de Pós-Graduação da UnB que foi para a defesa sem orientador(a), pois nenhum professor teve interesse em seu trabalho sobre rap. Isso é um grande problema, pois os pesquisadores, inclusive, por uma orientação da própria Capes, interessam-se somente pelas suas respectivas áreas.

Conciliar estudo, trabalho e pesquisa foi um grande desafio. Eu já estava acostumado a trabalhar e estudar, mas o mestrado exigiu muito mais do que eu estava acostumado. Tive de estudar durante madrugadas, finais de semana, tive de aproveitar todas as minhas possíveis faltas para estudar e agilizar a minha vida.

Um outro grande desafio foi encontrar colaboradores para a minha pesquisa. Cheguei a marcar, em quatro dias, grupos focais, mas sempre alguém “furou” e não compareceu. Essa etapa foi muito desgastante.

Além disso, demorei quase oito meses para conseguir aprovação do Comitê de Ética, pois a instituição a qual pesquisei “me enrolou” bastante para assinar o meu Aceite Institucional e, sem a assinatura desse documento, não poderia continuar com a minha pesquisa e gerar os meus dados.

Um ano depois do mestrado, entrei em crise, e eu estava tão sobrecarregado que decidi, duas vezes, abandonar o mestrado. Cheguei a estourar o limite de faltas em duas disciplinas, o que já teria sido o “passaporte” para a minha reprovação. Por sorte, tomei consciência depois e consegui conversar com os professores.

O mestrado é um processo de grandes mudanças em nossas vidas, e, às vezes, nós estamos resistentes a essas mudanças. Muitos desistem no meio do caminho por acreditarem que não vale a pena tanto esforço, pela falta de valorização ou por outro motivo, mas, confesso, o dia que me tornei mestre, foi um dos momentos mais gratificantes da minha vida.