Dissertação – redação

Texto dissertativo-argumentativo

Obs: refiro-me, neste post, ao texto dissertativo-argumentativo.

Passei no vestibular da Universidade de Brasília (UnB) com nota 9,6 na redação, sou revisor de textos há cinco anos e lecionei, durante 10 anos, as disciplinas de redação e gramática. Além disso, participei do curso de formação de corretores do ENEM, em 2013. Pela minha experiência, percebo que não há “fórmula mágica” para aprovação no exame de redação de vestibulares ou do Enem. Esse não é o caso de “mágica”, mas de técnica e de muita disciplina. Seguem algumas dicas:

1. Atenção aos critérios avaliativos de cada instituição. Não há uma fórmula universal para que qualquer um obtenha boa nota em exames de vestibular. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo, possui algumas especificidades diferenciadas em relação a outras universidades, como é o caso da Universidade de Brasília (UnB). Estude o edital e procure ter acesso a fichas anteriores de correção, para saber exatamente os critérios de avaliação.

2. Atenha-se aos comandos da proposta de redação. Seja dissertação ou não, você deve se ater ao que o examinador solicita. Se ele solicitar título, você, necessariamente, deverá utilizá-lo. Se houver alguma recomendação a respeito de construção de metáforas no texto, utilização de determinado vocábulo ou de qualquer outra minúcia, você, necessariamente, também, deverá seguir esses comandos, certo?

3. Apresente a sua tese na introdução. O texto dissertativo-argumentativo estrutura-se, basicamente, em introdução, desenvolvimento e conclusão. Essa sequência permite maior lógica ao texto. Apresente na sua introdução uma tese para ser defendida. A tese é uma sentença que norteará todo o seu texto. Todos os argumentos e considerações finais devem estar relacionados a essa declaração inicial.

4. Problematize a sua tese. Essa etapa permite orientar a sua reflexão, durante o desenvolvimento, bem como a conclusão. Algumas exames, como o Enem, exigem que o candidato apresente uma solução ao problema nas considerações finais (conclusão). Em outros exames, é possível, também, retomar a tese nas considerações finais.

Dissertação

5. Atenção ao recorte temático. Alguns exames já trazem o tema “mastigado” e recortado para o candidato. Às vezes, o tema permanece mais abrangente. É preciso tomar muito cuidado nessa etapa, para que você não fuja ao tema. Além disso, compreenda que se você especificar demais o tema, você precisará ter conhecimento sobre ele, se abrangê-lo demais, o seu texto poderá perder o foco.

6. Cuidado com a sua opinião, mesmo que o comando afirme “dê a sua opinião”. Meus alunos tinham muita dificuldade para compreender isso. Vale ressaltar que a dissertação funciona como um teste psicotécnico para eliminar candidatos despreparados e é o texto que mais se aproxima, na escola, aos gêneros que são cobrados na universidade (os gêneros acadêmicos: artigo científico, dissertação de mestrado, tese de doutorado…).

(Lembre-se de que os gêneros acadêmicos são escritos por cientistas, pesquisadores. Imagine-se, durante a realização de sua dissertação, grosso modo, nessa mesma situação. Pelo menos é melhor pensar isso do que acreditar que você é Machado de Assis ou qualquer outro poeta, o que pode fazê-lo(a) pensar que é necessário ter inspiração para escrever. Nesse caso, escrever depende de técnica.)

 Platão dizia que a opinião é o intermédio entre o ser e o não ser. Nesse sentido, ela não tem muito valor. Você não deverá escrever os seus achismos em sua dissertação ou expressar os seus preconceitos ou as suas angústias e revoltas.

O texto dissertativo é mais objetivo. Por essa razão, inclusive, ele deve ser redigido em terceira pessoa do singular/ plural ou de maneira a indeterminar o sujeito (voz passiva, utilizando-se índice de indeterminação do sujeito, verbos no infinitivo). Também é aceito, como já mencionei, o uso de primeira pessoa do plural (nós). Lembre-se, no entanto, de que hoje há um paradigma científico que permite que textos acadêmicos, especialmente em cursos de humanas, sejam redigidos em primeira pessoa do singular (eu), em razão de correntes críticas que buscam desconstruir a noção de neutralidade científica, mas você, vestibulando, reles mortal, ainda não tem autonomia para isso rsrs.

Você deverá utilizar argumentos concisos, coerentes, que respeitem os direitos humanos (como é o caso do ENEM). Se você, por exemplo, for uma pessoa preconceituosa, e o examinador “pedir a sua opinião”, não seja ingênuo, acreditando que ele quer, de fato, saber de seus preconceitos. Cuidado com temas polêmicos e lembre-se de que vivemos, ou deveríamos viver, em uma democracia.

7. Cuidado com argumentação religiosa. No caso de temas polêmicos, evite utilizar a sua experiência religiosa para argumentar. O exame de vestibular não é o momento para expressão de sua opinião, individualidade ou fé. O examinador quer saber se você tem perfil de pesquisador, se você é criativo(a), se o seu processo de escolarização cumpriu o papel que deveria ter cumprido, se você sabe “reproduzir” o que aprendeu na escola, nas aulas de filosofia, biologia, sociologia e não se você acredita (ou não) em Deus.

8. Utilize linguagem formal em sua dissertação. Algumas instituições aceitam “oscilação” em relação a esse nível de formalidade. De qualquer maneira, vale demonstrar ao examinador o domínio de linguagem formal. Em outros gêneros, é possível que o examinador solicite uso de linguagem informal, como é ocaso do gênero diário.

(Escrever informalmente não significa escrever de maneira caótica. A linguagem informal aproxima-se da linguagem falada cotidiana, do dia a dia, não aquela utilizada entre amigos, com gírias excessivas, mas linguagem mais natural, sem preocupação excessiva com forma. Nesse caso, você não terá de se preocupar tanto com regência, como por exemplo: “fui no banheiro” e não “fui ao banheiro”. Essa liberdade não se refere ao uso inadequado de pontuação ou de ortografia).

Não utilize, em nenhum gênero textual, de maneira alguma, linguagem de baixo calão: palavrão, por exemplo. Isso poderá reprová-lo(a). Evite o uso excessivo de artigos indefinidos (um, uma) e o verbo ser (muitas vezes esvaziado de sentido). Outras alteranativas ao verbo ser: “constitui, refere-se, revela, consiste em…”).

9. Revise a sua dissertação. Após finalizar o seu texto, revise-o. Leia-o novamente, para, posteriormente, entregar a “versão final”. O texto é um processo, não é possível, em apenas um momento, escrever um bom texto. Grandes escritores, poetas e estudiosos escrevem várias e várias vezes o mesmo parágrafo. Além disso, eles encaminham os seus textos a revisores. Isso ocorre, pois o nosso olhar pode, inconscientemente, encobrir as nossas incoerências.

10. Cite autores. Embase a sua argumentação em outros autores, isso revela o texto como um processo de (des)construção do conhecimento.

11. Não seja clichê. Seja original. Não espere tirar nota máxima em uma redação com argumentação vazia e clichê. Evite discussões de “boteco” em seu texto. Isso significa quea sua redação perpassa todas as esferas do conhecimento, uma vez que há relação dialética entre o texto e a todas as esferas da sociedade, bem como à temporalidade e cultura de determinado grupo social.

12. Escreve bem aquele que ESCREVE. Pessoal, escrever demanda prática. E não necessariamente leitura. Não há uma relação entre escrita e leitura, isso é um mito. Quem lê muito adquire conhecimento (ou não rsrs), mas isso não implica um processo de “osmose” para formar bons escritores como insistem pais e alguns professores. Na verdade, escreve bem quem tem prática de escrever determinado gênero textual, ou seja, você pode vencer pela prática. Se você treina bastante o gênero dissertação, não espere ser um excelente escritor de gêneros literários ou de um diário, por exemplo. Cada gênero demanda determinada linguagem, estrutura e organização.

13. Atenha-se à forma e ao conteúdo. Você pode até saber estruturar uma boa dissertação, mas se você não tiver conhecimento sobre o tema proposto para dissertar, não adianta nada. É nesse sentido que a leitura é importante e, especialmente, o estudo de disciplinas da área de humanas, pois grande parte da argumentação para defender uma ideia pode ser fundamentada nos grandes teóricos da filosofia, sociologia, linguística etc.

14. Não “invente a roda”. Por favor, tenha foco e seja objetivo. Cuidado para não cair na lista das “pérolas do vestibular”. Escrever, nesse caso, exige técnica e não inspiração. Alguns podem até conseguir ser mais criativos do que outros. De qualquer maneira, seja objetivo, evite jogos de linguagem, evite ser poético.

15. Mantenha, por uma questão lógica, quantidade de linhas aproximadas em cada parágrafo. Evite escrever, por exemplo, 5 linhas para a introdução e 1 linha para a consideração final (conclusão).

16. Cuidado com dados estatísticos sobre os quais você não tem suporte para argumentar. Evite generalizações infundadas, mesmo que elas pareçam óbvias para você ou para a sociedade. Por exemplo, percebo que alunos têm utilizado a seguinte argumentação em dissertações: “a condição social do brasileiro tem piorado, além disso, o nível de desemprego aumentou”. Para sustentar essa argumentação, seria necessário citar alguma fonte, como IBGE, e, de fato, verificar se o nosso quadro atual é esse. Também é importante especificar o ano em relação a essa argumentação. O número de desempregados pode ter aumentado (ou diminuído) em relação a determinado ano, ou década.

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Algumas sugestões:

A matemática do ENEM

Matemática no vestibular

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Razões para largar o emprego

São duas horas da manhã de uma segunda-feira infeliz. Você não consegue dormir, pois, simplesmente, poderá apenas tirar um cochilo de três horas, afinal, nesse mesmo dia, você terá de acordar às 5 horas da manhã, perder 2 horas do seu dia sem receber, apenas, para se arrumar e impulsionar toda a engrenagem capitalista que faz os outros enriquecerem e você viver na miséria.

Pensa em conversar com os seus amigos, com os seus familiares, mas todos dizem para você consultar um psicólogo ou parar com esses pensamentos que eles não irão levá-lo(a) a lugar algum. Afinal, “as coisas estão difíceis”. Você não tem suporte de seus pais, precisa pagar as suas contas, pagar aluguel e sobreviver “sozinho” ou ajudar a (o) sua (seu) parceira(o) a bancar a casa. Seus vizinhos agem da mesma maneira, seus pais, amigos, companheiros(as) condenam esses pensamentos, afinal, todos(as) que você conhecem são “empregados”(as).

O mínimo que chegam a dizer é para você estudar para concursos públicos e que, nesse caso, a vida será mais fácil e tranquila. Você entra em depressão só de se imaginar nessa situação e acredita que a sua criatividade está muito além disso. Seu espírito de liderança e vontade de transformar a sociedade são tão evidentes que você entra em conflito com qualquer alienado que vegeta em seu trabalho e nem sabe o porquê de estar ali. E, por essa razão, é tido como alguém que “não sabe trabalhar em equipe”.

Por um minuto você tem um pensamento empreendedor, pensa em ganhar dinheiro pela internet, abrir um negócio, diminuir o seu padrão de consumo e trabalhar menos para viver de uma maneira mais tranquila ou pensa em largar tudo e viver em uma casa no interior, plantar a sua própria comida e ter uma vida simples. Mas os prazeres da contemporaneidade ainda o deixam tentado e você começa a dizer para você que isso tudo é uma bobagem.

Entrou na internet, digitou “largar o emprego” e encontrou esse post, escrito por alguém que, depois de onze anos trabalhando muito, decidiu sair desse “sistema” e fazer o seu “próprio dinheiro”. Pensa, por um segundo, que está lendo uma daqueles famosos artigos de como enriquecer pela internet e que tudo isso é lorota! Mas continua lendo o texto, pois a leitura está interessante =) rsrs.

Já passei por toda essa trajetória. Dois anos antes de pedir demissão de meu emprego, comecei a ganhar dinheiro pela internet e me tornei empreendedor. As coisas começaram a acontecer com um simples estágio na área de Revisão de Texto, em 2009 no Supremo Tribunal Federal (STF). Comecei a fazer contatos, criei um blogue e, anos depois, as pessoas começaram a gostar e solicitar cada vez mais o meu serviço pela internet.

Ainda mantive o emprego por uma questão de costume, mas, dois anos de carteira assinada, eu já não precisava mais daquele emprego e daquele salário. E o pior, salário de professor.

Eu trabalhava como condenado, revisava muitos textos de alunos fora do meu horário de trabalho, todos os dias, gratuitamente, nos meus horários de descanso em casa, para, um belo dia, decidirem reduzir o meu salário (transferindo-me do Ensino Médio para o Ensino Fundamental), pois eu “era uma pessoa que tinha muito conhecimento, mas não era um ‘SÁBIO'” e vieram com todo aquele discurso hipócrita de fraternidade e cordialidade brasileira: “faça o que eu digo, mas não o que eu faço”.

Perguntei se o problema era profissional, disseram que não e continuaram insistindo com a subjetividade brasileira excessiva. O motivo dessa mudança deveu-se ao fato de eu ser muito “jovem” e “imaturo” (nem vou comentar, mas eu lecionava há 11 anos, desde os meus 17 anos de idade).

Naquele momento, eu já estava muito distante do discurso de “trabalho por amor”, “fui designado a ser pobre, ser humilhado e sofrer dando aulas”. Acordei às 4 horas da manhã, muito revoltado, e simplesmente decidi NUNCA MAIS DAR AULAS NA MINHA VIDA! Afinal, apesar de minha juventude, eu já lecionava há 11 anos e já tinha feito demais por esse país sem receber muito em troca. De fato, eu não deveria ser um sábio mesmo, naquele momento, tendo em minhas mãos todas as ferramentas e todo o conhecimento e vontade para sair daquela vida! Por que eu sofreria e continuaria dando aulas, então?

Pensei que minha atitude poderia me fazer voltar para minha detestável e vazia cidadezinha de interior rsrs, passar fome e, com um título de mestre em uma Universidade Federal, virar história como a daquele lendário senhor doutor que, mesmo tentando de tudo, terminou vendendo cachorro quente na esquina ou que virou morador de rua, e ser motivo de pena daquele primo funcionário público ou daquele tio orgulhoso que se diz feliz com um salário de dois mil reais por mês, um apartamento e um carro na garagem, vivendo do cheque especial do banco.

O pior era pensar o que os meus pais diriam: “nossa, você trabalhava em uma instituição tão boa, tinha vale alimentação, ganhava 4 mil reais por mês, gostava do que fazia, por que largou o emprego, você é louco? Não irei sustentá-lo, seu vagabundo!” Pensei, naquele momento, somente em mim e, apesar de ficar abalado por algumas semanas, senti que caminhava para fora desse injusto sistema de trabalho.

Hoje vivo basicamente de minha atitude empreendedora na internet. Fiz vários contatos, fidelizei clientes, presto serviço para instituições públicas ou privadas. Tenho onze atestes de capacidade técnica. Ao contrário do que possa parecer, continuo trabalhando muito, passo madrugadas trabalhando, às vezes. A grande diferença é: o meu trabalho tem o valor que eu acredito e mereço. Além disso, sou muito feliz trabalhando com o que gosto.

O lado negativo disso tudo (ou não) é saber poupar dinheiro e administrar as finanças para não passar por apertos nos meses de baixo movimento. Mas isso é fácil, tenho um padrão de vida simples, embora invista parte do meu dinheiro em viagens. Para quem trabalha como eu, fica a dica: é fundamental divulgarmos os nossos produtos, seja na internet ou mesmo nos locais de grande consumo de nossos serviços/produtos, ser MUITO atencioso com os clientes e tratá-los de maneira muito prestativa e educada, o que exige muito esforço e paciência, mas faz toda a diferença.

Obs: não tenho a intenção de incentivar ninguém a largar o emprego com esse post, mas, apenas, de apresentar as minhas razões para ter largado o meu emprego. A leitura desse texto pode gerar várias reflexões e atitudes por parte de meus seguidores, mas eu não me responsabilizo por elas.

Sucesso a todos.