Não se pede permissão
Para ser, nesta vida, seja lá o que for, não se pede permissão a ninguém. O que é, apenas, é, e isso é o bastante; não precisa ser pelos outros, na grande maioria das vezes, porque isso não é importante, tampouco alguma marca de verdade, muito pelo contrário. Muitos os são pelos outros de maneira falsa, num desconhecer enganoso que se resume a um desconhecer coletivo, em doses de devaneios inconscientes e muita alienação, que transcendem outros tempos e gerações. Assim,
Muitos dizem que esse ser do qual falo aqui é arrogância, ego, como se este não fosse uma resistência à debilidade coletiva, o que é necessário e bastante válido. Eu acho, verdadeiramente, que, na grande maioria das vezes, a verdade está em nós mesmos, quando há, ainda, condições para a sua busca, especialmente pelo pensar. Fora dessa esfera, a mentira é soberana, em suas mais diversas formulações camufladas de verdade (cujo valor se cristaliza pela força coletiva). Portanto,
O desconhecer (“sei que nada sei”), dito necessário ao sábio, camuflado no discurso da humildade, não passa de uma maneira serena de se dizer o que é aos ouvidos sensíveis alheios, buscando aprovação, porque, simplesmente, assumir o ser e ecoá-lo, em sua manifestação mais interior, ao som dos frágeis ouvidos ruminantes e murmurosos, é uma afronta àquele(s) que nunca foi(foram) e protege(m) o(s) outro(s) e a si(eles) mesmo(s), num movimento consciente ou inconsciente, e perverso, de ser(em); por medo, opressão ou qualquer outra limitação, que muitos dizem estar no indivíduo (exatamente naquele que não se divide), mas que se propaga para os outros (a coletividade camuflada de uma esperança: “ame a sociedade, mas odeie o seu próximo, seja lá o que ele for”). Paradoxal, não? ,
Além disso, assumir o ser e ecoá-lo é, também, uma dita afronta à fluidez da vida, que impede certezas sobre aquele que é; um conceito temporal. Não penso dessa maneira, o ser que verdadeiramente é, mesmo que já não seja, transcende o espaço, o tempo. Perpetua-se por uma força muito maior do que a coletividade, e se assenta em um anarquismo individualista bastante necessário e resistente, e será tomado como impostor, dissaboroso, o bode expiatório, a pulga atrás da orelha, mas, nesse caso, alinhado ao eu mais interior; única forma possível, coletivamente, em muitos casos, de ser (e de não ser escória coletiva da humanidade, que, teoricamente, existe em grupo para proteger interesses e propriedades); um universo inteiro; doa a quem doer. Anderson Hander Brito Xavier Portanto,
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