Dicotomias de Saussure

Saussure é considerado o pai da Linguística em virtude de ter trazido grandes contribuições a essa ciência. As suas reflexões foram responsáveis por desenvolver os estudos de língua de modo a levá-los ao patamar científico no contexto emergente de outras ciências humanas do início do século XX.

As dicotomias de Saussure foram reunidas na obra Curso de Linguística geral, revelada por dois de seus alunos, que assistiram às aulas ministradas no curso de Linguística de Saussure, em Genera, entre 1907 e 1910.

Embora algumas de suas reflexões sejam questionáveis, elas são importantes para levar o estudante interessado nessa área a (des)construir o pensamento sobre o que essa ciência é hoje e de que modo e com base em que métodos o Linguística desenvolve pesquisa.

Língua versus fala

Segundo Saussure, o objeto da linguística deveria ser a língua e não a fala, pois, nos modelos do pensamento científico da época, inspirados em corrente positivista e estruturalista, deveria-se partir do que é mais homogêneo na língua, de seus elementos que não variam. Assim, ele pensa em uma “língua” idealizada e em suas regularidades.

Nessa perspectiva, língua é coletiva (homogênea) e fala é individual (heterogênea). Para ele, há fatores externos a serem levados em consdieração pelo estudo da fala, que não são relevantes para o estudo científico da língua. Hoje sabemos que a Linguística estuda, também, a fala e vai muito mais além desta, situando-se no nível do discurso (esse termo foi trazido para a Linguística em meados do século XX e trouxe implicações, inclusive, que revolucionaram os estudos em Linguística Aplicada, com a noção de abordagem comunicativa no ensino de Línguas)*.

* Durante muito tempo, estudos textuais em linguística não “vingaram”, mas a linguística textual e a própria noção de discurso transformariam essa concepção, abrindo novos campos de investigação dessa ciência.

Sicronia versus diacronia

A visão diacrônica da linguística refere-se ao estudo histórico desta. Durante o século XVIII e XIX, o estudo da língua restringia-se, grosso modo, à busca de um tronco comum para as línguas europeias. Saussure. Essa separação foi importante para que a linguística se desenvolvesse como ciência, pois, dessa meneira, Saussure deixou claro que os estudos de língua não se restringiam ao estudo histórico, enfatizando que comprometeria-se com estudo sicrônico e não diacrônico. A visão sincrônica aborda o estudo da língua como sistema de funcionamento em determinado período.

Significante versus significado

Saussure utiliza o termo signo linguístico quando trata do termo língua. Segundo ele, o signo linguístico compõe-se de significado e significante, de maneira que ambos se relacionam como as faces de uma moeda. O significante refere-se à imagem acústica, refere-se ao que ele definiu como forma (e, inclusive, para ele, língua é forma e não substância, o que é um grande equívoco de pensar hoje). O significado refere-se ao nível da substância, é o conceito atribuído à determinada forma linguística.

Sintagma versus paradigma

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Diferença entre aquisição e aprendizagem

Diferença entre aquisição e aprendizagem

Em Linguística Aplicada, às vezes, alguns autores fazem diferenciação entre aquisição e aprendizagem de línguas.

O termo aquisição se refere ao contexto natural em que o falante adquire uma língua. Está mais relacionado ao termo Língua Materna, embora, não necessariamente,  alguns autores façam essa distinção. O termo aquisição, nesse sentido, estaria relacionado ao processo de formação do pensamento de uma criança.

Pesquisas em Linguística apontam que, após 4-5 anos de idade, os subsídios linguísticos de um falante já estão preenchidos em sua língua materna. Após esse período, a fluência torna-se questionável para esse falante.

O termo aprendizagem, por sua vez, refere-se ao contexto formal de aprendizagem de uma segunda língua ou de uma língua estrangeira, ou seja, refere-se ao contexto de aprendizagem em sala de aula. O termo aprendizado refere-se, muito comumente, ao processo de ensino de segunda língua para falantes, crianças, jovens ou adultos, que já estruturaram o seu pensamento por meio de língua materna.

No caso de bilinguismo, já ouvi referências tanto em relação ao termo aquisição quanto ao termo aprendizagem.

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#Diferença entre aquisição e aprendizagem
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