Gramática e ensino
Para Saussure (2006), língua é forma, e não substância. Para Benveniste (1988), língua é forma e também substância. Paralelo às discussões entre formalistas e funcionalistas na linguística, embora seja possível analisar a língua em seus aspectos sintáticos ou semânticos, é preciso esclarecer que a fonética/fonologia, a morfologia, a sintaxe, semântica, pragmática não existem isoladamente. Elas são constituintes umas das outras e todas convergem, em relação ao ensino, às práticas de letramento, embora, em aspectos de descrição/análise linguística, possam admitir análises divergentes. Assim, essa problemática situa-se além do que poderia representar apenas um conflito entre nomenclatura ou correntes de pensamento, afinal, ela surge dentro da escola. Deve-se pensar, assim, no papel da escola; o seu objetivo é primeiramente o de formar gramáticos? Não. Uma afirmação a este questionamento fere os princípios dos PCNs e é contrária, inclusive, ao termo cidadania, ao pensá-lo em função de uma educação que promova sujeitos reflexivos. Isso não significa, por outro lado, que os professores não devam ensinar a norma padrão, uma vez que essa norma é fundamental para que o falante ascenda.
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