O que penso sobre fotografia
Gosto de fotografar. Na verdade, tenho uma certa fixação por isso. Longe de ser um fotógrafo, de buscar por técnicas, ou de me afirmar dessa maneira, eu vejo na fotografia uma certa atividade de meditação, uma atividade em que busco ver além. É uma maneira de buscar pela minha criatividade (e pelo que considero belo), perdida por ai na mesmice e nos sérios compromissos do dia a dia. É, para mim, uma ponte entre ficção (ou fantasia) e realidade.
Não busco por nada necessariamente fidedigno, não tenho problema algum com filtro, edição ou efeito. Não gosto muito desse discurso contemporâneo que busca pela realidade ” crua como ela é”, uma chatice. Gosto, também, de simulacros. Imagem para mim é discurso (não verbal), assim como texto (verbal). Vejo-a no plano da literatura, da poesia. Gosto de fantasia, também, porque a realidade já é “real” demais. Faço disso um ritual, geralmente, aos finais de semana, esteja eu inspirado ou não. É um momento de intimidade com o meu olhar e com o meu arredor, puro prazer.
No momento de fotografar em si, não busco, ainda, pelo ângulo, digamos, “perfeito”. Busco por algo que seja agradável aos meus olhos ou que faça sentido ou seja representativo daquele momento. Posteriormente, após tirar várias fotos, eu as analiso, uma a uma, em momentos distintos e inicio o trabalho de edição. Sei que vários outros fotógrafos realizam esse processo, diretamente, no momento da fotografia em si. Eu gosto de analisar, posteriormente, as minhas fotos e trazer a elas a devida vivacidade, ou, simplesmente, distorcê-las, alterá-las e mantê-las no plano da minha própria imaginação.
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