No dia seguinte, com os lábios secos e rachados, tomei banho e sai às 6 e 40 para a única rua (rsrs) que havia na cidade: calle Caracolles. No caminho, me perdi (rsrsrs) e não consegui encontrar a agência de turismo.
Voltei para o hotel e pedi que a recepcionista de lá entrasse em contato com a agência. Ela me disse que eles haviam acabado de passar no hotel para me buscar e que voltariam em 5 minutos.
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Na verdade, enquanto eu tentava encontrar a agência pela rua, o guia passou por mim em uma van duas vezes. E era exatamente o mesmo automóvel que foi utilizado em minha excursão no dia anterior. Por minha sorte, eles não tinham seguido viagem.
O segundo dia de passeio pelo deserto incluiu pela manhã a laguna Chaxa, região do salar do Atacama. O guia deu muitas informações nesse dia sobre como se forma um salar. Segundo ele, são necessárias três condições básicas para que um salar se forme: 1 – estar rodeado vulcões, 2- clima árido e 3- radiação solar.
O primeiro caso refere-se à chegada dos sedimentos que, grosso modo, formarão o sal. Além disso, a inclinação das montanhas funciona como um ponto de escoamento desses sedimentos.
Não fui muito afetado pela altitude dos lugares que passei. Caminhei devagar, comi comidas leves e bebia bastante água.
Na verdade, eu peguei um ônibus de Santiago até San Pedro do Atacama, foram mais de 24 horas de viagem. Acredito que isso me ajudou em relação ao mal de altitude.
Eu não cheguei, simplesmente, em San Pedro depois de longas horas em um avião.
O deserto de sal do Atacama é o terceiro maior do mundo. É tão incrível a visão dessas paisagens, às vezes pensei estar em outros planetas. Confesso que não é fácil chegar a esses lugares.
As viagens foram penosas e os passeios pelo deserto não foram baratos. Viajarei por todo o Chile, de norte a sul, mas a minha viagem no deserto deve ter consumido a maior parcela de meu orçamento para viajar.
Há vários flamingos nessas lagoas. Fiquei impressionado com a coloração rosada de suas penas. Eles possuem essa coloração devido à presença de betacaroteno de crustáceos ingeridos por essas regiões.
Como há muito o que se ver no deserto, para aqueles que não têm muito tempo, não recomendo os passeios em todas as lagunas, porque embora elas sejam muito bonitas, há outros cenários para serem vistos por lá.
Se há pouco tempo de viagem, aproveite outros cenários como geiseres, águas termais e vale de La Luna.
San Pedro do Atacama é uma cidade muito pequena, um povoado na verdade. Lembrou-me bastante de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros. A grande diferença é o clima extremamente seco e o calor, muito maior no deserto.
Uma outra diferença é a arquitetura da cidade. Todos os estabelecimentos e casas em San Pedro são de adobe, há muitas ruas não asfaltadas, é tudo muito simples.
A maioria dos hotéis adota um estilo rústico, algo como fugere urbem. Fiquei hospedado em um camping/hotel chamado Los Abuelos. Recomendo-o a todos que pretendem visitar San Pedro. Fiquei hospedado em chalés (cabanas) feitas de adobe. Grosso modo, a impressão que tive desse tipo de arquitetura é como se as casas fossem feitas de barro por fora e bem estruturadas por dentro. A minha habitación era linda, rústica e cheia de energias. Achei esse hotel maravilhoso. Havia uma piscina de frente para a minha cabanã e o café da manhã era delicioso. Também havia quadra de esportes no hotel e uma parede de escaladas.
Para aqueles que viajarão para a cidade, evitem sacar constantemente dinheiro nos caixas eletrônicos. Há poucos caixas pela cidade e como a quantidade de turistas é alta, as máquinas ficam descarregadas de notas. Tive problemas em relação a isso quando fui sacar dinheiro para pagar um dos passeios pelo deserto. Outra dica, não são todos os estabelecimentos que cobram imposto quando o pagamento é efetuado em pesos chilenos. Esse hotel, por exemplo, não cobrou essa taxa.
Há muitos restaurantes pela cidade. Os nativos de San Pedro comem muito pollo e batatas assim como na Bolívia. Mas há opções para todos os gostos. Há algumas especiarias locais, vale a pena experimentar.
Assim que cheguei na cidade, fui direto para o hotel e liguei para a agência de turismo. Os preços das agências variam, mas não tanto. Parece haver uma espécie de cartel entre as agências de turismo. Gostei bastante da agência MAXIM EXPERIENCE. Geralmente, eles oferecem serviços de almoço e café da manhã nos passeios. Nesse dia, fui ao Valle de La luna pela manhã e na laguna Cejar, Ojos Cejar e laguna Tebinquinche pela tarde. Esse passeio é incrível. A laguna tebinquinche é um dos lugares mais lindos que já vi na terra. A lagoa é enorme, estende-se em tons de verde claro e perde-se no horizonte com montanhas e vulcões. A laguna cejar é um outro lugar imperdível, há tanto sal nesse local (afinal estou falando do deserto de sal do Atacama), que é possível boiar nessa lagoa sem o menor esforço. A minha dica para aqueles que farão esse passeio é: levem água para lavar o corpo e hidratante, pois o sal (muito sal) da água resseca e queima a pele. JAMAIS coloquem o rosto nas águas dessa laguna, especialmente a boca. Estou no meu quarto dia no deserto e mal consigo abrir a boca. Os meus lábios estão muito ressecados e rachados.
A guia (Odille) desse passeio era francesa e mudou-se para San Pedro para viver com o seu esposo chileno. Ambos são guias turísticos. Achei essa guia uma pessoa muito cheia de energia e animada, senti uma energia boa enquanto conversávamos. Ela me explicou muitas coisas sobre o deserto. Achei interessante quando ela me respondeu à pergunta sobre a região do deserto de Atacama ter sido um mar. Disse-me que sim, era uma mar. Mas a região não era coberta na superfície por água, há milhões de anos. Segundo ela, o mar dessa região era “subterrâneo”, estava abaixo de uma crosta formada por erupções vulcânicas. E todo o sal que forma esse deserto não é oriundo da água do mar que havia ali. Na verdade, segundo ela, há vários tipos de “sais” e nesse caso, o sal é produto, grosso modo, das erupções dos diversos vulcões ali presentes, assim os sedimentos das erupções se aglomeram e formam o salar.
A vegetação no deserto do Atacama é bastante variada. Não consigo conceber esse deserto como um conceito definido. Para mim há “vários” tipos de deserto ali. Há locais nessa região, inclusive, que jamais foram explorados. Há relatos de nativos que já viram OVINIS nesse região, enfim, o local é cheio de mistérios.
Sobre a terra de um dos maiores vulcões do local, descobri que há algumas minas. Um dos guias me disse que isso ocorreu devido à Guerra do Pacífico, há alguns séculos. A guerra ocorreu entre Bolívia e Chile. Essa região chilena faz fronteira com o país vizinho, onde localiza-se a laguna verde, laguna colorada e salar de Uyuni. Pensei que as minas no vulcão teriam sido colocadas por Pinochet, no período de ditadura rsrs. (Esse vulcão divide os dois países e está ao fundo da Laguna verde na Bolívia.) Mas não, as minas foram colocadas durante a guerra do Pacífico, que iniciou-se devido a conflitos entre investidores chilenos que precisavam de uma saída para o mar para exportar os minerais extraídos no Atacama. O conflito ocorreu devido a um importante local de exportação na época ser da Bolívia: ANTOFAGASTA e devido aos investidores em mineração pagarem impostos altos nesse porto, assim iniciou-se a guerra do pacífico. Posteriormente a Bolívia pediu ajuda ao Peru,
a guerra se encerra com a vitória chilena que anexa a seu território Antofagasta e mais outras duas regiões que agora não me recordo.
Cheguei no hotel, nesse dia, por volta das 19 horas. Dei um mergulho na piscina e fui tomar banho para terminar de retirar o sal de minhas roupas e corpo. As minhas expectativas foram superadas nesse primeiro dia. Estava bastante ansioso para o segundo passeio.
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