Gosto de fotografar. Na verdade, tenho uma certa fixação por isso. Longe de ser um fotógrafo, de buscar por técnicas, ou de me afirmar dessa maneira, eu vejo na fotografia uma certa atividade de meditação, uma atividade em que busco ver além. É uma maneira de buscar pela minha criatividade (e pelo que considero belo), perdida por ai na mesmice e nos sérios compromissos do dia a dia. É, para mim, uma ponte entre ficção (ou fantasia) e realidade.
Não busco por nada necessariamente fidedigno, não tenho problema algum com filtro, edição ou efeito. Não gosto muito desse discurso contemporâneo que busca pela realidade ” crua como ela é”, uma chatice. Gosto, também, de simulacros. Imagem para mim é discurso (não verbal), assim como texto (verbal). Vejo-a no plano da literatura, da poesia. Gosto de fantasia, também, porque a realidade já é “real” demais. Faço disso um ritual, geralmente, aos finais de semana, esteja eu inspirado ou não. É um momento de intimidade com o meu olhar e com o meu arredor, puro prazer.
No momento de fotografar em si, não busco, ainda, pelo ângulo, digamos, “perfeito”. Busco por algo que seja agradável aos meus olhos ou que faça sentido ou seja representativo daquele momento. Posteriormente, após tirar várias fotos, eu as analiso, uma a uma, em momentos distintos e inicio o trabalho de edição. Sei que vários outros fotógrafos realizam esse processo, diretamente, no momento da fotografia em si. Eu gosto de analisar, posteriormente, as minhas fotos e trazer a elas a devida vivacidade, ou, simplesmente, distorcê-las, alterá-las e mantê-las no plano da minha própria imaginação.
Eu confesso que nunca experienciei nada como a Tailândia. E Bancoque, acredito, é um mundo à parte. Bancoque é uma cidade gigante. Outro dia, fui ao dentista, de táxi, demorei quase uma hora e meia para chegar (e o taxista, para variar, não conseguiu encontrar o endereço rsrs). No final das contas, eu tive que aprender a andar de metro (fiquei perdido por quase umas 3 horas, tentando encontrar a clínica e depois o lugar onde eu morava. Decidi morar um pouco afastado do centro, que é bem caótico e barulhento como São Paulo)…
Muitas pessoas, como eu, decidem ir à Tailândia para fazer tratamento de dente (não somos loucos! Só não somos obrigados a pagar o valor abusivo da maioria dos dentistas). O meu dentista, por exemplo, é formado nos EUA, tem mestrado, doutorado lá também, a clínica tem boa infraestrutura e todos aqueles certificados internacionais; mas o preço é bastante em conta). Há vários fóruns, na internet, de estrangeiros indicando clínicas e relatando as experiências deles (muita gente vem colocar facetas de porcelana, que, no Brasil, chega a custar entre 1000 a 2000 reais por dente e aqui o custo pode variar entre 700 a 300 reais. NÃO, não é de qualidade inferior ao material produzido no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. O meu dentista (pesquisei muito até decidir fazer o tratamento com ele), por exemplo, na fabricação de coroas etc. importa, praticamente, a maioria dos materiais da Alemanha). Obviamente, deve haver profissionais ruins como em todos os lugares (tive uma experiência ruim com dentista na Europa, por exemplo). A Tailândia é muito conhecida, também, por ser um lugar que faz cirurgia de mudança de sexo, legalizada e permitida pelo governo. Na verdade, parece haver uma “falsa” aceitação sobre questões LGBT aqui. Outro dia, conheci uma modelo transgênero, ela me contou essas coisas que compartilho neste texto com vocês. A Tailândia é considerada a capital da beleza da Àsia, cirurgia de nariz, para aumentar os olhos são comuns. Na verdade, eles estão bastante ocidentalizados para o meu gosto.
A história do garoto espanhol que tinha um Buda tatuado no braço e não pode entrar no país ainda é uma discussão recente. Quando saí do aeroporto, vi um anúncio gigante dizendo que os estrangeiros deveriam respeitar a tradição tailandesa;a tatuagem do “Buda” representa uma “afronta” à cultura tailandesa. Achei interessante: em cada esquina por onde ando, há um “minitemplo”, igual a um “presépio” com um Buda. Nunca vi tanta comoção, há mais homenagens ao rei morto do que “minitemplos” pela cidade. Até na entrada do meu condomínio, há uma foto gigante do rei com flores brancas contrastando com as pedras pretas de mármore do edifício (ui rsrs).
No dia que me perdi pelo centro da cidade, rodei, rodei, saí perguntando em inglês, para as pessoas na rua, como chegar ao meu bairro (no caminho saía comprando tudo que via pela frente. Encontrei ovo rosa, fiquei empolgado, comprei, depois, quando abri, vi que era ovo choco, com o pintinho quase em formação (eca!). Acabei comprando um chip, fazendo mímica no mercado, e consegui me localizar melhor com o meu celular. Aprendi a agradecer, juntando as palmas das minhas mãos e abaixando o meu queixo até os dedos, fazendo carinha de pastelzinho ahauahauahau (achei tão bonitinho 🙂).
Cada compra saía por um valor mais barato do que outro. Apesar do medo (de pegar uma infecção alimentar, mas eu levei comprimido de carvão mineral comigo, baby 0/), parei em uns três restaurantes locais, aqueles com cadeiras de plástico e experimentei os apimentados (e muito doces) pratos tailandeses. MUITO BOM! Durante as várias vezes que fui ao mercado, percebi que eles vendem quase todos os itens em pequena quantidade. As porções de comida são muito pequenas, acredito que isso se articula ao estilo de vida deles, eles devem comer muitas vezes ao dia, em pouca quantidade, por isso são, geralmente, magros. Mas, para um atleta como eu rsrs, preciso, ao menos, de umas três refeições deles. Eles, também, consomem pouca proteína de carne, os pratos contêm mais carboidratos. Alguns Iogurtes têm gosto artificial. Alguns sucos têm gosto de remédio.
Poucas pessoas falam inglês, eu não entendo o sotaque. Mas todos são muito gentis e fazem mímica, sorriem bastante (ainda não identifiquei o sentido dos sorrisos, parecem todos iguais para mim). Um calor! O termômetro marca 30 graus, mas eu sinto que é 40 O.o. As calçadas não são lugares, somente, de pedestre, mas de motos também (isso mesmo), o trânsito até nas calçadas é muito louco por aqui rsrs.
Sinto um ar meio “OUTSIDER”. Na verdade, sempre me senti assim, mas parece que este é o meu lugar rsrs, eu me sinto bem normal na Tailândia. E eu nunca vi tanto estrangeiro OUTSIDER como aqui (parece que estão todos vivendo as suas realidades paralelas e é isso aí, todo mundo na sua, tranquilo rsrs, os tailandeses, também, são muito tranquilos, as pessoas não ficam olhando para você na rua como no Brasil, encarando ou te avaliando).
A arquitetura da cidade é bem diferente, eu me sinto naqueles episódios de Jaspion, com os carros coloridos e aqueles prédios estilo asiático, Power Rangers, fica algo assim no ar. Quando vejo algum estudante vestido de uniforme no metrô, fico lembrando do uniforme da Saylor Moon. Fiz amizade com umas pessoas muito interessantes, gente de boa energia. Não é aconselhável beber água da torneira. Os condomínios tailandeses são muito bonitos e modernos. Ainda quero ir à capital dos Nômades Digitais, Chiang Mai, para conhecer mais pessoas como eu. Quero fazer massagem tailandesa, aulas de meditação.
É tudo tão diferente que até sacar dinheiro no ATM do mercado é novidade ^^. (Aparecem umas opções com brindes rsrs, depois que você saca o dinheiro, mas eu acho que é propaganda enganosa, não quis arriscar).
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