Dicas valiosas para redigir textos acadêmicos

Revisão Ortográfica e GramaticalDicas valiosas para redigir textos acadêmicos

Primeiramente, evite Linguagem metafórica! Você não está escrevendo um texto literário. Portanto, atenha-se à linguagem de textos acadêmicos, especialmente em sua área. Veja como a literatura trata do assunto. Veja a dissertação e tese de seu orientador, para compreender como este escreve (isso não significa que você deve seguir o padrão de escrita dele, pois ele pode escrever mal. Espera-se que não, mas…). Portanto,

Atenha-se à distribuição de páginas para cada seção de seu texto acadêmico. Não faz sentido inserir 30 páginas de apêndice em seu artigo científico e haver, apenas, 10 páginas no corpo do texto. É preciso que haja harmonia em relação a essa distribuição.

A tradução, o abstract de seu trabalho acadêmico, deve seguir as últimas alterações que foram realizadas no resumo. Não se esqueça de traduzir novamente o resumo após alterações deste. Portanto,

Verifique se as listas de tabelas, figuras e gráficos são realmente necessárias. Não faz sentido inserir lista de figura para, apenas, uma figura no texto. Além disso, esse elemento não é obrigatório conforme normas da ABNT. É opcional.

Organize siglas e abreviaturas ao longo do texto. Uniformize as ocorrências destas. Se você optar por utilizar parênteses, não traga outra marcação com meia-risca para separar a sigla de sua forma por extenso. Portanto,

Topicalize objetivo geral e específico em seu texto acadêmico. Utilize verbos no infinitivo, como “investigar, compreender, revelar, analisar…”. Não redija um parágrafo para os objetivos de seu texto e, sempre que se referir a eles em seu texto, necessariamente, refira-se aos mesmos objetivos. Não invente objetivos novos no texto. Portanto, assim…

Confira se você intitulou, adequadamente, tabelas e quadros em seu texto. Tabelas são vazadas nas laterais e quadros são fechados. Lembre-se disso.

Configura, também, a diferença entre apêndice e anexo. Anexo é material produzido por terceiro. Apêndice é material elaborado pelo próprio pesquisador. Portanto…

Uniformize as ocorrências de citações no corpo de seu texto. Mantenha em caixa alta todas as ocorrências de sobrenome de autores que aparecem entre parêntese. Por exemplo: “xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx (FULANO, ano, p.)”. Portanto,

Evite citações em notas de rodapé, mesmo que você seja da área de Direito. Siga o sistema de autor e data. A ABNT não sugere uso de notas de rodapé para citações. As notas de rodapé devem vigorar em seu texto, apenas, para complementar alguma informação no texto, explicar algum termo, por exemplo. Pimeiramente,

Deixe cada capítulo de seu texto em uma página separada. A não ser que seja o caso de um artigo científico. Para os casos de TCC, Dissertação e Tese, faz sentido separar cada capítulo em uma página diferente. Essa é uma lógica de organização comum para diagramação, por exemplo, de livros. Portanto,

Use marcações diferentes de dados coletados em seu texto em relação às citações. Os dados dos colaboradores, que serão analisados e apresentados em seu trabalho, se este for o caso de sua pesquisa, devem aparecer com destaques diferentes das citações diretas e indiretas. Portanto,

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Uso de letra maiúscula em textos acadêmicos

Uso de letra maiúscula em textos acadêmicos

Outro dia recebi um comentário de alguém dizendo que o uso de letra maiúscula deve se respaldar, rígida e inflexivelmente, em manuais como o da Imprensa ou da Presidência da República (santa ignorância!). Para o caso de linguagem formal de textos acadêmicos, nenhum pesquisador, de área alguma, faz consultas a manuais como o da imprensa (eu nem me lembrava que isso existia, para dizer a verdade), tampouco um Revisor de Texto deve se orientar com base nesses manuais. Manual, inclusive, arcaico (esse manual, assim como o jornalismo em si como atividade, não tem, atualmente, tanta influência como no passado (ainda bem).

O messianismo gramatical em outras áreas

O que norteia o texto acadêmico, científico, não é o manual da imprensa, tampouco a prática de Revisão de Textos (Revisão de Textos acadêmicos, Revisão de Textos jurídicos, Revisão de Livros). Na verdade, nós, Linguistas, autoridades sobre Língua, fazemos grande crítica a alguns paradigmas oriundos de áreas como o jornalismo, que mitificaram questões linguísticas/textuais/gramaticais, de maneira prescritiva e não científica, durante muito tempo, em virtude de terem maior prestígio/domínio social no Brasil. Em Linguística, há um ramo chamado Linguística Textual, responsável por trazer reflexões científicas sobre o texto. E parte do pensamento que proponho para a minha Revisão se assenta nessas reflexões.

Onde NÃO encontrar respostas sobre questões gramaticais/linguísticas

O manual da imprensa não constitui um manual linguístico, que descreve, por exemplo, cientificamente, a língua; tampouco compõe o padrão de textos acadêmicos. Eu sou Linguista (mestre na área, e o meu objeto de estudo é a Língua, o Texto, o Discurso). Há vários paradigmas em Língua, propagados por professores e jornalistas desinformados no Brasil, ao longo de décadas, que estão completamente equivocados, e isso está no inconsciente do brasileiro a respeito da Língua Portuguesa do Brasil (por exemplo, o uso de letra maiúscula após dois pontos, mesmo em caso de citações. Não se usa letra maiúscula após dois pontos, a não ser no caso de nomes próprios etc. O texto constitui uma unidade, após dois pontos, não se deve interromper essa ligação com letra maiúscula).

Letra maiúscula como recurso/destaque gráfico

Você pode, como autor(a) do texto, grafar QUALQUER vocábulo em letra maiúscula desde que haja uma justificativa/contexto para tal (por exemplo, se você é Professor(a), e quer valorizar a sua prática ou a prática dessa categoria tão importante, deve grafá-la em letra maiúscula. A língua não se configura em sentenças declaratórias de manuais de redação jornalístico de décadas passada (esses manuais, na verdade, se referem ao uso para um grupo de editores, por exemplo, de uma revista, de um grupo, mas não constituem o padrão nacional ou acadêmico/científico de uso).

Desconstruindo pensamentos infundados sobre uso de letra maiúscula

Cada gênero textual tem seus próprios padrões. Além disso, a Língua é muito mais dinâmica do que parece. Você pode, inclusive, grafar o termo “presidente” ou “deus”, se quiser, em letra minúscula, se houver uma justificativa para tal, em determinados gêneros textuais (por exemplo, você pode, atualmente, redigir um texto fazendo referência ao presidente da república com letra minúscula, em virtude da péssima atuação deste, mesmo que ele seja, oficialmente, “Presidente” (cargo importante, de alta hierarquia)), e o próprio manual de redação oficial da presidência sugira esse uso. Essas fórmulas decorebas de Língua Portuguesa, utilizadas em concurso público, também, são estigmatizadas em termos científicos).

Por exemplo, se você receberá um título de mestre(a) ou doutor(a), na área de Educação, e redigiu uma Tese de Doutorado sobre Educação, faz sentido marcar TODAS essas ocorrências em seu texto com letra maiúscula, inclusive, as citações (sim, inclusive, as citações. E eu explico no vídeo a razão disso). E isso se articula ao paradigma científico/ideológico da área de Educação. E ciência alguma é neutra, portanto, essa preocupação com a Língua alinha essas questões. O texto constitui uma unidade. A partir do momento em que você traz uma citação de outrem para o seu texto, você pode fazer essa alteração, porque o texto é seu e você está adequando, nesse caso, o texto de alguém ao seu (e isso não implica alteração do original de conteúdo, é uma alteração gráfica, como se fosse um negrito).

Revisão Ortográfica e Gramatical

Você é autor do próprio texto e senhor do próprio destino!

Você tem essa liberdade como autor do próprio texto (viva!). O uso de letra maiúscula em textos acadêmicos segue outro padrão de organização. Alguns textos acadêmicos, inclusive, podem ser redigidos em primeira pessoa do singular “eu”. Isso se deve a uma dita virada cultural nas ciências e na sociedade nas últimas décadas do século XX. O próprio texto, durante muito tempo, nunca foi concebido como objeto de estudo científico. Mas isso mudou, a partir de meados da década de 1950, quando os estudos em Linguística Textual começaram a ganhar força. Há um olhar, nas ciências, especialmente humanas, linguístico sobre as produções acadêmicas. Portanto, elas não se configuram em fórmulas mágicas, prontas, tampouco em manuais e até regras inflexíveis sobre uso. Você tem mais liberdade do que pensa. Dialogue sobre isso com o seu orientador! letra maiúscula em textos acadêmicos

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