Redação e estilo de dissertação de mestrado

Todas as reflexões propostas neste post valem, apesar de eu enfatizar a dissertação de mestrado, para Artigo Científico, Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Dissertação de Mestrado, Tese de Doutorado, bem como para qualquer texto acadêmico

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Considerações sobre o resumo

O resumo constitui texto redigido de forma cursiva, concisa, respeitando a estrutura do original e reproduzindo somente as informações mais significativas, como: recorte temático, objetivos, método, técnicas de abordagem, descobertas, valores numéricos, resultados e conclusões.

Se optar pelas formas verbais no texto no presente do indicativo, ou no pretérito perfeito, siga, também, para o resumo, a mesma orientação. Isso trará maior harmonia ao texto.

Vale lembrar que o resumo deve ser redigido como um texto corrido, sem marcação de parágrafos ou recuos. Além disso, deve incluir palavras representativas do tema do texto. A NBR 6028 (ABNT, 2003) recomenda a inclusão de palavras-chave abaixo do resumo, antecedidas do termo: Palavras-chave. Ao escolher as palavras-chave para o resumo, lembre-se de mantê-las em ordem alfabética, assim como as referências bibliográficas do trabalho.

Considerações sobre o corpo do texto

O texto deve ser redigido usando-se o verbo na voz ativa (prefira, também, a ORDEM DIRETA DA ORAÇÃO: sujeito + verbo + predicado. Ex: Esta (sujeito) dissertação investiga (verbo) o… (predicado). Alguns cursos aceitam uso de primeira pessoa do singular (eu) ou do plural (nós), outros aceitam, somente, uso de terceira pessoa do singular. Isso varia de acordo com os paradigmas científicos de cada área, converse com o seu orientador.

NÃO DIALOGUE, explicitamente, com o leitor em seu texto acadêmico, como eu dialogo, por exemplo, neste post, com VOCÊ, PREZADO CLIENTE E SEGUIDOR! Desconsidere o estilo de textos de redes sociais ou de blogues para redigir o seu texto acadêmico. Tente se afastar de linguagem informal, evite gírias e, também, jargões técnicos de sua área.

Após redigir o seu texto, corte excessos, busque por repetições e termos desnecessários, e os retire. Procure uniformizar determinados usos. Se o seu trabalho, por exemplo, for da área de Educação, evite o termo “aluno”, vocábulo bastante criticado nessa área. Ao optar por um novo termo, uniformize todas as ocorrências no texto para que haja harmonia.

Envie o seu texto para um Revisor de Texto revisá-lo. Solicite, ao menos, uma Revisão Ortográfica e Gramatical. Todo texto precisa ser revisado, seja ele escrito por um doutor, mestrando, seja ele bem ou mal planejado.

Segunda ou terceira Revisão de Texto

Sempre digo isto a todos os meus clientes: “olhar de Revisor algum sobre um texto será absoluto”. Tampouco se deve pensar que o processo de redação ou de publicação de um texto se encerra com o Revisor de Textos.

O texto é um processo de construção, sempre, inacabado

O texto é um processo de construção, por sua própria natureza (humana), inacabado. Isso significa que, especialmente em virtude de sua extensão e da complexidade do pensamento humano, não é possível concebê-lo, em momento algum do processo de redação, como “pronto”, tampouco resolver todos os problemas destes, seja na escrita ou na dita publicação “final”.

Com licença, charlatões ou egocêntricos (revisores ou autores, desinformados ou não, que concebem o texto, em algum momento, como “pleno”) que possam lançar o seguinte questionamento neste momento: “então, para que o texto precisa ser revisado, se ele sempre seria passível de problemas e de falhas?”

Resposta: SE É COMUM QUE TEXTOS CONTENHAM PROBLEMAS MESMO COM TODO O PLANEJAMENTO DO AUTOR, ESFORÇO DO REVISOR E COMPETÊNCIA DA EDITORA NO PROCESSO DE PUBLICAÇÃO, IMAGINEM O QUE SERIA DO TEXTO SENÃO TIVESSE SIDO REVISADO/PENSADO/PLANEJADO?

Todo texto pode ser melhorado/revisado/(re)planejado e (des)construído

Todo texto, sempre, poderá ser melhorado ou reescrito, ele é tão fluido como o próprio ser humano, embora implique o “registro” do pensamento em determinado período de tempo. Essa fluidez ocorre, grosso modo, por meio de um processo reflexivo em relação ao próprio pensamento*, e se estende a outros textos, por exemplo, por meio da interxtextualidade.

* Ou, melhor dizendo, em relação aos vários discursos proferidos em nossa sociedade, trazendo a discussão para um recorte mais linguístico.

*O discurso constitui uma relação mais abstrata entre nossa língua, pensamento e as nossas práticas sociais. Prefiro pensá-lo em uma perspectiva mais coletiva, relacionada ao grupo e sua influência na sociedade. Nesse sentido, existem vários discursos, eles são proferidos por várias pessoas que o manutencionam, ideologicamente, e não por acaso, mesmo que se digam “neutras”.

Portanto, texto constitui a materialização de discursos, ou, de maneira mais genérica, o registro do nosso pensamento.

Não existem textos absolutos e “prontos”, existem textos bem trabalhados, bem escritos e organizados

Não é possível conceber o texto como um “produto acabado”, “absoluto” e “pronto”, tampouco a linguagem deste. Talvez, possamos falar em um texto BEM TRABALHADO, BEM ESCRITO E ORGANIZADO em relação à determinado contexto de circulação. Vale ressaltar que, nesse processo, a responsabilidade última do texto é do autor, SENHOR DE SEU PRÓPRIO TEXTO.

Ressalto que escrita é, por exemplo, segmentada, diferentemente da fala. Além disso, por meio dela, nós organizamos as nossas ideias, e, ao registrá-las, temos a oportunidade de, em processo reflexivo, revê-las (bem como de rever a maneira pela qual as proferimos, para quem proferimos e em que contexto estas são proferidas) e melhorá-las.

O pensamento humano é falho!

O pensamento/mente humano/humana é falho/a (seja em nível individual ou coletivo). É recorrente inadequações em textos, pois o nosso pensamento não é absolutamente simétrico e lógico. Mesmo que haja uma Língua que dominamos e falamos para organizá-lo.

No ramo de Revisão de Textos, é comum a necessidade de segunda ou terceira Revisão. O que é de conhecimento de revisores, embora não seja de muitos autores.Todos os contratos que assino, por exemplo, com empresas, especialmente com editoras, incluem segunda ou terceira Revisão de Texto.

Também, deixo essa questão esclarecida a todos os meus clientes, desde o primeiro momento em que negocio o meu serviço. Este é um consenso em minha área, embora seja uma grande falha revisores não alertarem os seus clientes sobre esse fato, muitas vezes, por medo de perdê-los ou assustá-los.

O processo de redação de um texto não encerra com o Revisor

Revisores de Textos não trabalham com a noção absoluta de Texto. Revisores não são deuses, não são oniscientes, onipotentes e onipresentes, mesmo que insistam em se divulgar (falsa propaganda) dessa maneira ou que clientes tenham essa visão (limitada) ou que busquem (inequivocadamente) por uma redenção de seu próprio texto.

Também esclareço que segunda e terceira Revisão constituem serviços complementares a primeira Revisão do Texto, mas não são gratuitos, porque implicam trabalho extra ao que o revisor se propõe a fazer (e isso não é culpa/responsabilidade do Revisor, afinal, ele não é autor do texto).

Eu cobro adicional de 20% em relação ao primeiro valor acordado, para cada vez que o texto for encaminhado para um novo olhar. É importante dialogar com o Revisor e ler, atentamente, a descrição de serviço deste, para que não haja mal entendidos e para que questões relativas à Língua Portuguesa, bem como ao universo textual, sejam melhor esclarecidas.