Algumas definições sobre Revisão de Texto
Há vários mal entendidos acerca do ofício de Revisão de Texto. Trago, neste post, portanto, algumas definições acadêmicas de pesquisadores na área para levá-los à reflexão e à desconstrução dessa profissão tão importante. Por favor, vamos desconstruir essa ideia de Revisão de Texto ligada, especificamente, ao ramo de editoração. Portanto, assim.
Também, acredito que seja de extrema relevância desconstruir a imagem do Revisor, bem como de suas técnicas ligados ao universo escolar, como se houvesse extrema conexão entre corrigir redações de estudantes de escola e revisar textos de gêneros diversos de clientes. Revisar textos e corrigir redações constituem, portanto, práticas diferenciadas, que podem ser realizadas, sim, pelo mesmo profissional, mas não necessariamente. Primeiramente, assim.
Quero dizer que a formação para a docência em Língua Portuguesa não autoriza (apesar de não haver questão legal envolvida) ou mesmo prepara um Revisor de Textos, pode, no entanto, dar uma base a este. Além disso, corrigir redação é uma prática diferente de revisar um texto (não no sentido do objeto do Revisor, o texto, mas de sua prática em si e de sua finalidade).
Por outro lado, a formação para o ofício de Revisão de Texto não autoriza a prática de docência ou mesmo prepara um Professor. Portanto, Revisores de Texto precisam de FORMAÇÃO para exercer essa profissão, e eu diria mais, eu acredito que seja quase obrigatória a formação em Letras, especialmente em virtude de esse curso ACADÊMICO ser estruturado com base na CIÊNCIA que estuda a Língua, a Linguística, cujo objeto de estudo é a língua, e uma de suas ramificações é a Linguística Textual.
Ser Professor é diferente de ser Revisor de Texto. A prática de correção de redação é diferente da prática de Revisão de Texto. Corrigir redações escolares não consiste em ofício de Revisão de Textos. Essa confusão ocorre, especialmente, em virtude de muitos pensarem que o papel do Revisor de Textos é, somente, corrigir erros gramaticais. Na verdade, este não é tampouco o papel de um Professor.
Quero dizer, com essa separação de áreas, que essas práticas profissionais, especialmente por serem diferenciadas, exigem FORMAÇÃO DIFERENCIADA e não devem ser banalizadas com o discurso de que QUALQUER UM PODE ENSINAR ou QUALQUER UM PODE REVISAR.
Revisar é apor vista a alguma coisa; é ler o texto a fim de consertar-lhe possíveis “erros”, sejam eles relativos à estrutura (redação, digitação, tipografia etc.) ou ainda relativos ao aspecto linguístico de adequação do modo como o conteúdo é apresentado/exposto. (ROCHA, 2012, p. 36).
[…] a revisão de textos constitui uma atividade relacionada com as questões de linguagem, presentes em várias instâncias da vida humana, como trabalhos escolares e acadêmicos, jornalísticos e publicitários, jurídicos e legislativos, em âmbito público, e ainda nas relações familiares, nas conversas entre amigos, nas conversas ao telefone, entre outras, em âmbito privado. (OLIVEIRA, 2010, p. 17). Portanto, assim.
Numa revisão, subentende-se, foram delegados poderes ao seu agente (o revisor), para aprimorar o texto do autor. Aquele é, assim, extensão do autor. Ao mesmo tempo o revisor é leitor – o comum, o exigente, o ingênuo. Cabe-lhe então desenvolver uma forma de leitura em que atue como decisor linguístico, mas na condição de público alvo ao mesmo tempo, desenvolvendo ainda a habilidade de verificar não só forma como conteúdo. (COELHO NETO, 2008).
Revisar é muito mais do que isso. Não é só o domínio de regras, é também saber perceber alguns aspectos textuais, como a obediência à estrutura frasal ou as repetições desnecessárias, além do domínio semântico. Possuir o conhecimento que vai além das questões de forma também é preciso. Porém, o principal da profissão é justamente a riqueza e a possibilidade de fazer pesquisas. É por meio dela que se consegue analisar a linguagem, percebendo-se se ela está adequada ao objetivo e à mensagem do autor, assim como por meio dela é possível verificar o seu sentido. (CAVALCANTE 2011, p. 55). Portanto,
i) revisão gráfica: trata das questões relacionadas com a apresentação e com a composição visual e material do texto; ii) revisão normalizadora: ajusta o texto às normas bibliográficas e editoriais; e iii) revisão temática: verifica a propriedade e a consciência das formulações de um texto em função de um determinado sistema de conhecimento determinado. (COELHO e ANTUNES, 2010, p. 207). Assim,
Referências
ROCHA, Harrison da. Um novo paradigma de revisão de texto: discurso, gênero e
multimodalidade. Brasília, 2012. Assim como. Portanto, assim. Por exemplo.
OLIVEIRA, Risoleide Rosa Freire de. Revisão de textos: da prática à teoria. Natal,
RN: Edufrn, 2010. Portanto, assim.
COELHO NETO, Aristides. Além da Revisão: critérios para revisão textual. 2. ed.
São Paulo: SENAC, 2008. Primeiramente, assim.
CAVALCANTE, Marina Pereira. Os desafios da produção textual e a importância do
revisor na análise de textos. Brasília, 2011.
COELHO, Sueli Maria; ANTUNES, Leandra Batista. 2010. Revisão textual: para além
da revisão linguística. Scripta, Belo Horizonte, v.14, n 26, p. 205-224, 1º sem. 2010.
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