Como passar no mestrado?
Geralmente, as provas para concorrer a uma vaga em um curso de mestrado, em uma universidade federal, são quatro: prova escrita, prova de língua estrangeira, avaliação de projeto e entrevista.
Obs: leia os comentários deixados por mais de 200 seguidores, em meu post sobre o meu curso: Como passar em Processo Seletivo de Mestrado. Respondi, nos comentários deste, a várias dúvidas de futuros mestrandos que podem, também, inspirá-lo ou lhe trazer alguma reflexão. Veja os comentários ao final da página). Se quiser, deixe, também, ao final deste post, o seu comentário/dúvida).
Prova escrita
A prova escrita depende basicamente de estudo. É importante verificar, no edital de seleção, a bibliografia recomendada, estudar os conteúdos e revisá-los até o dia do exame. É claro que uma boa escrita já corrobora a sua aprovação, independentemente da área de estudo. Quando eu fui aprovado no processo seletivo do mestrado, eu me dediquei bastante a essa etapa. Primeiramente eu li a bibliografia recomendada, busquei outros autores que me ajudassem a interpretar a bibliografia proposta, fiz resumos, fichamentos e revisei, durante dois meses, o conteúdo antes da prova, especialmente nas últimas semanas.
Prova de Língua estrangeira
A prova de língua estrangeira (inglês) é uma etapa fácil para aqueles que têm nível intermediário de inglês. Já os iniciantes devem estudar um pouco mais. A minha prova foi relativamente simples, era possível o uso de dicionários e as respostas eram escritas em Língua Portuguesa. Eu fui aprovado nesta etapa com nota 8,6. O meu nível de inglês é bom, eu diria intermediário.
Avaliação de projeto (Pré-Projeto)
Quando você faz a inscrição para o mestrado, você deve anexar, juntamente aos seus documentos, o seu pré-projeto. Eu não conhecia professores da minha área de interesse, por isso, fiz o pré-projeto SOZINHO, com base na bibliografia proposta no edital. Eu busquei alguns modelos na internet, mas basicamente o pré-projeto continha capa, título do projeto, local e data. Na introdução, eu expliquei o tema e recorte do pré-projeto, o contexto da pesquisa, na justificativa, eu expus a minha motivação para com a minha temática e, mais especificamente, para com a minha área de interesse: LINGUÍSTICA.
As próximas páginas foram dedicadas aos pressupostos teóricos e à metodologia. Essa foi a etapa mais complexa para a elaboração do pré-projeto, pois eu não sabia absolutamente nada sobre metodologia, uma vez que eu NUNCA havia feito pesquisa antes. E, sinceramente? Não me adiantou muito a metodologia do meu pré-projeto; porque eu não utilizei NADA do que eu escrevi.
Na época, eu não tinha muita maturidade sobre o assunto, então, eu fiz o possível para mostrar à banca examinadora que eu tinha condições (e INTERESSE) em aprender novas abordagens e métodos que pudessem contribuir com a minha pesquisa. Mas se alguém tivesse me dito para estudar sobre pesquisa qualitativa e quantitativa, epistemologia e ontologia, eu teria me saído melhor. As páginas seguintes foram dedicadas ao cronograma de execução, e por fim as referências bibliográficas.
Confesso que fiquei bastante apreensivo nessa etapa, pensei que seria reprovado, mas, para a minha felicidade, eu fui aprovado com 9,5. Acredito que essa nota foi resultado de uma boa escrita, revisei o meu texto várias e várias vezes e ainda enviei-o a alguns revisores.
(Para mais informações sobre revisão: http://andersonhander.wordpress.com/revisao-de-texto/)
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OBS: eu faço um parêntese aqui para explicar que o mestrado é um PROCESSO de maturação de ideias e de muito estudo, por essa razão, eu o considero um momento de grande crescimento (inclusive, pessoal). Não se frustrem caso o seu pré-projeto, embora seja aceito pela banca examinadora, seja criticado por alguns professores, especialmente por aqueles com a visão mais fechada em suas próprias áreas de estudo. Felizmente, eu consegui utilizar o meu pré-projeto no mestrado (apesar de modificá-lo bastante) e encontrei uma orientadora que se interessou pela minha pesquisa. Eu digo isso porque alguns orientadores podem querer orientá-lo(a) somente se lhes convir o tema proposto.
Entrevista (a hora do agora ou nunca!)
Sem dúvida a entrevista é a pior parte do processo. Eu confesso que o processo de seleção do mestrado é muito desgastante, especialmente porque ele é um processo longo, que chega a durar quase um mês até o resultado final. E se nós contarmos o período de inscrição e de preparação, o processo estende-se, talvez, a um ano.
Depois da aprovação em todas as etapas, chega o dia da entrevista. Não acredito que a sua roupa deva ser o seu melhor atrativo para esse dia. É óbvio que vivemos em uma sociedade de aparências e que você não deve chegar a sua entrevista com trajes exóticos, exagerados ou indevidos para a ocasião. Eu fui de camisa social e de bermuda (Ok, eu cometi essa grande gafe, mas fui aprovado rsrsrs). Sentei em frente à banca, eles ligaram o gravador e a entrevista começou.
A banca era composta por três doutoras. Inicialmente, elas pediram para eu falar sobre o meu projeto e, posteriormente, fizeram perguntas específicas sobre ele, sobre o tema que eu havia abordado, sobre a bibliografia utilizada e sobre os autores principais de minha pesquisa. Uma das doutoras trabalhava com a minha área, ela me fez muitas perguntas e conseguiu me deixar com MEDO, o que me gerou um certo nervosismo e me deixou um pouco atrapalhado ao responder algumas perguntas. Em compensação, e para a minha sorte, eu respondi muito bem aos outros questionamentos. Elas perguntaram sobre a minha vida acadêmica, sobre os meus projetos na Universidade, sobre o meu interesse na área de estudo escolhida.
Eu sempre estive engajado na Universidade em extensão e ensino. Participei de um projeto de extensão lecionando na UnB nos anos de 2008 e 2009, atuei como monitor de eventos, e sempre tive vontade de viajar, por isso, fiz intercâmbio, trabalhei em ONGs, cursei várias disciplinas de outras áreas, enfim, acredito que o meu período de graduação foi bastante produtivo e isso me ajudou a ser aprovado na entrevista, apesar do meu nervosismo, que não era sinônimo de insegurança ou imaturidade. Eu fui aprovado no mestrado de linguística da Universidade de Brasília (UnB) em sétimo lugar. A média para aprovação era 7,0, as minhas notas foram: 8,6 (prova escrita), 8,6 (prova de língua inglesa), 9,5 (pré-projeto) e 8,5 (entrevista).
Estou na etapa final do mestrado. A minha defesa será marcada em um mês. Às vezes, algumas pessoas dizem que não vale a pena fazer mestrado, que não é preciso de mestrado para que se consiga um bom salário, especialmente um bom salário de professor e que a carreira acadêmica não é prestigiada economicamente. O mestrado realmente não é um investimento econômico em si, mas tem me completado e me ajudado a refletir sobre as minhas profissões (eu sou Professor e Revisor de Textos), a ciência que eu estudo (linguística), a minha posição como ator social nos tempos em que vivo, enfim, eu me sinto mais consciente de minhas escolhas e eu diria de mim mesmo.
Tenho um canal no youtube com muitas dicas para quem pretende fazer mestrado, portanto, inscrevam-se, aproveitem os vídeos e os compartilhe com os colegas:
Como passar no mestrado
Pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa: introdução
Recorte temático: dissertação de mestrado
Linguagem de textos acadêmicos
Como elaborar resumo de tcc, dissertação e tese?
Como elaborar referencial teórico?